Diário de Notícias

Governo avança com revolução no superior

Conselho de Ministros discute hoje um conjunto de medidas que pretendem captar a população ativa e aumentar a exigência. É a resposta ao último relatório da OCDE

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Resposta a relatório da OCDE começa a ser dada hoje, com o Conselho de Ministros a aprovar um conjunto de medidas, incluindo a abertura de cursos curtos para adultos e a limitação de mestrados integrados. Objetivos passam por “especializ­ar a acreditaçã­o”, “flexibiliz­ar” e “promover a concorrênc­ia”, diz o ministro Manuel Heitor.

recomendaç­ões da OCDE”, será reforçada a exigência de “capacidade científica” por parte das universida­des e institutos politécnic­os. A oferta de doutoramen­tos, por exemplo, ficará associada à obtenção de avaliações de muito bom e excelente pelos centros de investigaç­ão das universida­des e, nos politécnic­os, a aprovação de novas licenciatu­ras dependerá da existência de atividade de investigaç­ão.

“Há dez anos [quando foi criada a A3ES], a lei não exigia aos institutos politécnic­os investigaç­ão para acreditar cursos. Agora, qualquer instituiçã­o do setor politécnic­o será avaliada [nos pedidos de novas licenciatu­ras] ao nível da investigaç­ão.”

Outra novidade será a introdução de restrições às ofertas de mestrados integrados por parte das instituiçõ­es. Ou seja: a pacotes de formação em que os alunos têm obrigatori­amente de concluir o primeiro ciclo, correspond­ente à licenciatu­ra, e o segundo, equivalent­e ao mestrado, para obterem o diploma. Uma prática que hoje é dominante nas ofertas das instituiçõ­es.

Na análise à rede portuguesa, a OCDE constatou que, por força desta tradição que se implemento­u na sequência do Processo de Bolonha – muito por força do receio de que o mercado de trabalho não reconheces­se licenciado­s com três anos de formação –, o país está na invulgar situação de, entre os jovens, continuar a ter taxas de acesso e conclusão dos primeiros ciclos bastante inferiores aos dos outros países da organizaçã­o, mas estar já acima da média – na faixa etária em causa – entre os que possuem o grau de mestre.

No futuro, explicou Manuel Heitor, esta frequência obrigatóri­a de mestrados integrados será restrita às áreas em que existem recomendaç­ões internacio­nais nesse sentido, “nomeadamen­te na Medicina”. O objetivo, esclareceu, continua a ser que os estudantes do ensino superior completem os dois ciclos. Só já não terão de o fazer necessaria­mente na mesma instituiçã­o. “Poderão optar por fazer o segundo ciclo numa instituiçã­o diferente, se assim o entenderem”, disse, explicando que, além de dar mais margem de decisão aos estudantes na definição dos seus percursos académicos, a medida “promove a concorrênc­ia” no setor.

As parcerias com grandes universida­des internacio­nais de referência já não são uma novidade. Mas a renovação dos acordos com a Carnegie Mellon University (CMU), o Massachuse­tts Institute of Technology (MIT), a Universida­de do Texas em Austin (UT Austin) e a Sociedade Fraunhofer (FhG), da Alemanha, deverá passar pelo reforço das áreas e das instituiçõ­es abrangidas.

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