Unir cimeira mundial na cidade-fortaleza com a Web Summit
Também conhecida como Cidade-Quartel, acolhe evento turístico militar global quando Lisboa receber a cimeira tecnológica
Fortificações elevaram Elvas a Património Mundial da UNESCO
ELVAS Elvas, cidade elevada a Património Mundial da UNESCO devido às suas fortificações castrenses, vai acolher a 1.ª Cimeira Mundial de Turismo Militar em novembro deste ano. Anunciada há alguns meses pelo secretário de Estado da Defesa e pelo município, a data do evento foi deliberadamente escolhida para coincidir com a realização da Web Summit em Lisboa.
“Pretende-se concorrer com a Web Summit”, a famosa cimeira tecnológica que nesta edição “terá informação que remete” para o encontro de Elvas e como forma de, com recurso às novas tecnologias, dar a maior visibilidade possível ao património histórico militar português, soube o DN junto de fontes do Ministério da Defesa.
A Web Summit tem funcionado como um grande palco de promoção externa do país, dado o elevado número de visitantes e jornalistas estrangeiros que visitam Lisboa nessa altura. Aliás, de acordo com os dados do Turismo de Portugal, em novembro passado registou-se um aumento de 10,2% – foram 1,2 milhões – no número de hóspedes face ao mesmo mês de 2016. Uma estratégia nacional Em setembro de 2017 foi aprovada em Conselho de Ministros uma estratégia para o Turismo 2027 que identifica o setor como uma atividade estratégica para o país e capaz de ser sustentável ao longo do ano.
Tendo por base os números recorde alcançados em 2017 (quase 21 milhões de visitantes recebidos em Portugal e 12,6 mil milhões em receitas), aquele documento já considera o turismo militar como capaz de gerar mais receitas e mais empregos ao longo do ano e em todo o território.
“A implementação de um plano nacional para o turismo militar é fundamental para garantir o acesso a novos segmentos de mercado a nível interno e externo”, defendeu uma das fontes envolvidas nesse subsetor turístico, lembrando que vários edifícios militares estão incluídos no programa Revive – destinado a recuperar e a valorizar património histórico e cultural para fins turísticos, tornando-o assim num ativo económico, como informa a autoridade turística nacional.
Sendo Portugal um país com uma cultura e uma identidade forjadas em 900 anos de história, esta é naturalmente uma das áreas com relevância para o turismo militar – de que são exemplos o Convento de Cristo (Tomar) e Elvas, ambos Património Mundial da UNESCO.
Acresce que o Eixo 1 dessa estratégia – valorizar o território e as comunidades – abrange expressamente o turismo militar ao propor a estruturação da oferta turística em torno de roteiros e itinerários temáticos de cariz histórico, cultural e natural.