Suspeita de uso indevido de verbas afastou a anterior presidente
A utilização de verbas para fins pessoais motivou a abertura de um inquérito do MP. Paula Brito e Costa foi forçada a sair
DENÚNCIA Paula Brito e Costa era a face da Raríssimas até dezembro, altura em que uma reportagem da TVI denunciou alegadas irregularidades na associação. A presidente e fundadora foi acusada por dois antigos tesoureiros da instituição particular de solidariedade social de uso indevido de dinheiro para fins pessoais.
A gestão de presidente é alvo de várias suspeitas desde gastar dinheiro da associação (subsidiada pelo Estado) em vestidos, viagens e outros gastos pessoais até ao emprego de familiares na mesma associação. Paula Brito e Costa usava um BMW, pago pela associação, que entretanto já foi devolvido pela nova direção da Raríssimas.
Manuel Delgado era secretário de Estado da Saúde e foi apanhado no escândalo com a divulgação de que foi pago pela IPSS para serviços de consultadoria antes de integrar o governo. Foram divulgadas pela TVI imagens de Manuel Delgado com Paula Brito e Costa em férias no Brasil. Acabou por se demitir das suas funções.
O Ministério Público adiantou nos dias seguintes que estava a decorrer um inquérito no DIAP de Lisboa. “Não tem arguidos constituídos. As investigações relacionadas com a matéria tiveram início em finais de novembro e origem numa denúncia anónima”, informou a PGR em dezembro.
O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social também reagiu, por ter a tutela deste setor, e anunciou que iria “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”, após a denúncia dos alegados factos ilícitos.
Os donativos começaram a fugir e Paula Brito e Costa, após classificar as acusações de “insidiosas” e feitas com base em documentação “descontextualizada”, acabou por abandonar a presidência, gerando um vazio na associação. Em janeiro, Sónia Laygue assumiu a presidência após uma assembleia geral extraordinária e alertou para a situação grave, pedindo donativos.