Juncker em digressão pelos Balcãs para promover alargarmento da UE
Dos seis países que o presidente da Comissão Europeia visita nesta semana, Montenegro e Sérvia serão os primeiros a fazer parte do bloco comunitário. O investimento de Bruxelas na região, só este ano, ronda mil milhões de euros
ANA MEIRELES Em 2014, Jean-Claude Juncker disse que a UE não iria alargar as fronteiras num futuro próximo. Agora defende a entrada de países dos Balcãs Ocidentais gociações de adesão poderá ser tomada na cimeira de chefes de Estado e governo em junho.
A Macedónia é candidata à adesão desde 2005 e está em negociações com a Grécia para resolver a disputa sobre o seu nome, contenda que vem desde a independência da Jugoslávia, em 1991, e que tem atrasado o processo junto da UE, mas também da NATO. Em janeiro, Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego, disse acreditar que a situação poderá ficar resolvida no primeiro semestre deste ano. Já a Albânia, candidata à adesão desde 2014, “tem feito muito na luta contra o crime organizado”, declarou Hahn na mesma entrevista.
Dias antes da viagem que hoje inicia, Jean-Claude Juncker fez um aviso que afeta diretamente um candidato à adesão já em negociações – a Sérvia – e um potencial candidato – o Kosovo. “Existem muitas disputas fronteiriças nos Balcãs Ocidentais que devem ser resolvidas antes de darmos um passo em frente”, disse o presidente da Comissão. Em janeiro, a Sérvia abandonou as conversações em Bruxelas sobre a normalização das relações entre os dois países na sequência do assassínio de Oliver Ivanovic, político sérvio, no Kosovo.
Quanto à Bósnia, “a Comissão começará a elaborar um parecer sobre o pedido de adesão quando tiver recebido respostas pormenorizadas e completas ao seu questionário”, refere um documento de Bruxelas, tudo indicando que Sarajevo poderá começar as negociações de adesão em 2023.
Esta digressão termina com um almoço na quinta-feira em Sófia, a convite do primeiro-ministro Boyko Borisov, com Juncker e representantes dos seis países que visitou. A Bulgária – que ambiciona fazer avançar este processo de alargamento durante a sua presidência da UE – receberá na sua capital, a 17 de maio, uma cimeira entre a UE e o bloco das seis nações dos Balcãs Ocidentais.