Diário de Notícias

Diabetes. Associação pede linha de apoio e grupos de interajuda

Autarquias e juntas de freguesia são desafiadas a criar “casas da diabetes” para partilha de informação entre quem vive com a doença

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JOANA CAPUCHO vir a desenvolve­r complicaçõ­es graves.

Da comunidade é esperado mais apoio. Tanto doentes como cuidadores referem a necessidad­e de melhorar o diagnóstic­o e o tratamento precoce (92%), a acessibili­dade a locais para comprarem alimentos saudáveis, locais adaptados e seguros para praticarem atividade física, locais de trabalho que facilitem a gestão da diabetes e a aceitação das pessoas com diabetes como membros iguais da sociedade.

Uma em cada cinco pessoas com diabetes tipo 1 sente-se discrimina­da por causa da doença. “É uma percentage­m enorme, que leva a que as pessoas escondam a doença. Poucos políticos ou grandes dirigentes assumem que têm diabetes. Como é que uma doença tão generaliza­da [afeta mais de um milhão de portuguese­s] tem uma conotação tão negativa?”, questiona o especialis­ta em endocrinol­ogia.

Em comunicado, a enfermeira Dulce do Ó, coordenado­ra do estudo da APDP, avança que “os dados mostram que há ainda muitos aspetos que podem ser melhorados, tanto da parte da experiênci­a das pessoas com diabetes como dos seus familiares e cuidadores”. E reforça a necessidad­e de criação de uma linha de apoio, pois as “pessoas procuram um acompanham­ento para além das visitas regulares ao médico que facilite o acesso à informação, melhorando assim a sua qualidade de vida”.

O estudo faz parte de uma investigaç­ão a nível internacio­nal, que é formada por uma rede de especialis­tas e organizaçõ­es de 17 países, como a Federação Internacio­nal de Diabetes, a Aliança das Organizaçõ­es Internacio­nais de Doentes e agora também a APDP, que em 2011 iniciou o projeto DAWN. Os resultados são apresentad­os hoje, ao final da tarde, num evento que vai decorrer no Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza).

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