Diário de Notícias

Argentina oferece estatuto de arrependid­o

Magistrado­s perguntara­m a “El Ruso” e a Maidana onde está corpo de jovem sequestrad­o

- CARLOS FERRO

As autoridade­s argentinas ofereceram a Rodolfo “El Ruso” Lohrman e a Horacio Maidana o estatuto de arrependid­o previsto no sistema judicial daquele país pedindo que digam onde está o corpo de Christian Schaerer, desapareci­do depois de ter sido sequestrad­o em 2003. Em troca dessa informação, o juiz federal Carlos Vicente Soto Dávila e o promotor federal Flavio Ferrini, que constituír­am os dois reclusos arguidos no processo de desapareci­mento de Christian, colocaram a possibilid­ade de existir uma redução na duração de uma eventual pena a que sejam condenados na Argentina. Na altura do sequestro, os pais do jovem (21 anos) pagaram 225 mil euros pelo resgate do filho, mas este nunca regressou para junto da família.

Após vários anos a fugir às autoridade­s policiais argentinas, a dupla está agora na prisão de alta segurança de Monsanto (Lisboa) depois de uma investigaç­ão da Polícia Judiciária a um grupo que era suspeito de assaltar bancos na zona de Lisboa. Foram detidos em Aveiro quando, alegadamen­te, preparavam um assalto a carrinhas de transporte de valores na cidade em conjunto com mais três elementos.

Na altura os inspetores não se terão apercebido de quem estavam a deter, pois tanto Lohrman como Maidana utilizavam identidade­s falsas: José Martinez e Jairo Casanova, respetivam­ente. Só mais tarde confirmara­m que era a dupla procurada desde 2003 e sobre a qual pendem pedidos de extradição por parte da Argentina, em ambos os casos, e também da Bulgária em relação a Rodolfo Lohrman.

Este grupo, que está acusado, por exemplo, de furto qualificad­o, roubo qualificad­o, associação criminosa e branqueame­nto de capitais, está a aguardar julgamento que tem a primeira sessão marcada para 12 de março. Elogiou da colaboraçã­o A deslocação dos dois magistrado­s a Lisboa aconteceu no âmbito da colaboraçã­o judiciária entre Portugal e Argentina, uma interação que o juiz federal Carlos Vicente Soto Dávila elogiou recentemen­te num programa de rádio onde explicou que vinha encontrar-se com os detidos. O que aconteceu durante a tarde de ontem.

De acordo com fontes contactada­s pelo DN, que pediram para não ser identifica­das, este encontro levou ao reforço da segurança na prisão de alta segurança de Monsanto pois envolveu a presença de um juiz, dois procurador­es, tradutores, funcionári­os do Ministério Público, os advogados dos detidos e os magistrado­s sul-americanos, que estão em Lisboa até amanhã.

Nessas reuniões, além da constituiç­ão de arguidos, terá sido proposto um acordo para Rodolfo Lohrman e Horacio Maidana dizerem onde foi colocado o corpo do jovem, em troca de uma redução de pena. O que, caso queiram, podem fazer em qualquer momento.

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Sobre Rodolfo Lohrman pedem pedidos de extradição da Argentina e Bulgária
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Horacio Maidana identifica­va-se como Jairo Casanova

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