Avaliação das casas ao valor mais alto desde a troika
IMOBILIÁRIO O valor médio de avaliação bancária na habitação subiu em janeiro para 1153 euros o metro quadrado. São mais três euros do que no último mês de 2017, um aumento de 4,3% num ano e o preço mais alto desde abril de 2011, o mês em que Portugal teve de pedir ajuda financeira à troika. Desde março de 2017 que o valor médio de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para compra de habitação, regista aumentos mensais consecutivos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Curiosamente, o valor médio de avaliação dos apartamentos aumentou cinco euros em janeiro, atingindo 1205 euros/m2, enquanto nas moradias desceu dois euros, para 1065 euros/m2. O Algarve é a região que apresenta o valor médio mais elevado – o metro quadrado custa 1442 euros –, seguida da Área Metropolitana de Lisboa, onde o valor médio chegou aos 1404 euros. O preço de avaliação nestas duas regiões estão, respetivamente, 25% e 22% acima da média nacional. Também a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo litoral registam valores superiores à média do país. Mas foi o Centro que apresentou a maior subida – nada menos do que 6,3% num ano; pelo contrário, o Alentejo teve o menor agravamento – apenas 1,6%, com o valor da avaliação a ficar nos 981 euros. ORÇAMENTO Excedente global sobe para 775 milhões de euros em janeiro deste ano. Impostos disparam quase 10%, dizem as Finanças Os polémicos e ainda crescentes pagamentos em atraso, que no final do ano passado totalizavam 1075 milhões de euros, voltaram a subir em janeiro, mas o governo promete que a partir de março será diferente.
Na nota sobre a execução orçamental de janeiro, o gabinete de Mário Centeno refere que “os pagamentos em atraso registaram um acréscimo homólogo de 276 milhões de euros cujas magnitude e expressão se encontram também, influenciadas pelo novo referencial contabilístico na Saúde”.
Assim, apesar do aumento, “é esperada uma redução pronunciada dos pagamentos em atraso ao longo de 2018, também por via do reforço de capital nos hospitais EPE de 500 milhões de euros realizado no final de 2017 e que começará a produzir efeitos a partir de março”, prometem as Finanças.
Relativamente às contas públicas no geral, o governo diz que começou o ano com um excedente público de 775 milhões de euros em janeiro, 25% acima face a igual mês de 2017. A forte subida nos impostos explica bem este desempenho.
No início do ano é normal haver excedentes. Em 2016, o primeiro ano da gestão orçamental socialista, o excedente foi de 1021 milhões de euros. No ano passado, o saldo entre receitas e despesa continuou a ser positivo, mas desceu para 622 milhões.
O registo de janeiro de 2018 é explicado “por um crescimento da receita (6,8%) superior ao da despesa (4,7%)”, mas o gabinete do ministro Mário Centeno observa que “a execução respeita apenas ao mês de janeiro e por isso é ainda pouco representativa”.
Ainda assim, a mesma nota releva que a “receita está em linha com a atividade económica e o emprego”, pelo que a receita fiscal do Estado cresceu 8,7%.
O governo diz que continua a sua “aposta no investimento público”. Este teve “um crescimento de 35% (excluindo PPP) bem como no setor da Saúde, traduzindo-se num forte crescimento da despesa do SNS de 4,7%”. LUÍS REIS RIBEIRO