A coroa e o governo de Espanha têm pela frente dias muito difíceis. Independentemente da vontade mais ou menos centralizadora dos poderes instituídos, seja naquele país seja noutros onde os separatismos de vária ordem se instalaram e, com o tempo, se radi
decidir”. Ou seja: o direito de os cidadãos escolherem a estrutura política que os governa e o regime de relação a manter com o Estado central, e o direito de poder decidir o seu futuro, segundo a vontade da maioria dos seus pares.
Mas, em matéria de direitos, as exigências dos separatistas bascos não se quedam por aqui. Assim, querem ainda gozar do direito de administração da justiça, incluindo uma política penitenciária própria, e querem dispor de um supremo tribunal de justiça. Acresce a tudo isto a exigência do direito à propriedade dos recursos naturais e do património público existente no âmbito territorial da região autónoma e das respetivas infraestruturas, assim como o direito de participação de forma direta nos órgãos e instituições da União Europeia. Ou seja, querem dispor do direito de negociar e assinar tratados internacionais.
Convenhamos que os separatistas não são nada pobres a reivindicar. A coroa e o governo de Espanha têm pela frente dias muito difíceis. Independentemente da vontade mais ou menos centralizadora dos poderes instituídos, seja naquele país seja noutros onde os separatismos de vária ordem se instalaram e, com o tempo, se radicalizaram, tudo aponta para um inevitável crescimento das autonomias na Europa, com o furação da Catalunha a prometer um inelutável derrube das constituições e, quem sabe, da própria Europa como hoje a conhecemos.