Jerónimo avisa Costa sobre “geometrias variáveis”
PCP abre hoje o debate com leis laborais e as comunicações que continuam por restabelecer nas zonas afetadas pelos fogos
ESQUERDA O debate quinzenal que hoje estreia o frente-a-frente entre Fernando Negrão e António Costa será também o primeiro em que a esquerda se confronta com um governo à procura de entendimentos à sua direita. Um quadro político que tem merecido avisos do PCP e do Bloco de Esquerda. Ontem, foi a vez de Jerónimo de Sousa: “Isto não vai lá com geometrias variáveis.”
“Traduzindo isso numa expressão daqui há uns anos, é a chamada geometria variável: entendimento com uma parte em questões sociais, entendimento com outro nas questões de fundo, estruturais. Isto não vai lá com geometrias variáveis, mas com a rutura com a política de direita que nos tem afligido durante tantos anos”, afirmou o secretário-geral comunista, que falava à porta da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, no início de uma campanha nacional de contacto com trabalhadores.
Os direitos de quem trabalha serão, aliás, um dos temas eleitos pelo PCP para o debate de hoje – que é aberto precisamente pela bancada comunista. O outro será “esse drama, escândalo, de haver tantos portugueses, depois dos incêndios [de junho e outubro de 2017], que continuam sem ter a possibilidade de ter um telefone fixo” nas zonas afetadas pelos fogos. Jerónimo de Sousa prometeu ainda confrontar o primeiro-ministro com a questão de longas carreiras contributivas.
Um tema que deverá ser suscitado também pelo Bloco de Esquerda, que nas jornadas parlamentares que ontem terminaram exigiu respostas ao executivo de António Costa até final do primeiro trimestre (ver página 7).