Diário de Notícias

O maior desafio do turismo é fidelizar os novos mercados

Com o número de turistas a bater recordes, o trabalho de casa agora é conhecer os novos segmentos para inovar e oferecer-lhes os produtos e experiênci­as que procuram

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CARLA CASTRO Estão a descobrir Portugal e não encaixam no perfil típico do turista do nosso país. São novos mercados que é preciso conhecer para perceber o que esperam encontrar quando nos visitam e para terem vontade de voltar e de passar a palavra no seu país.

“O desafio que hoje se coloca já não é tanto captar cada vez mais turistas, porque o volume é já de tal forma gigantesco que o não imaginávam­os há uns anos. Julgo que é um desafio de qualificaç­ão da oferta, que passa pelo produto, mas passa muito pelo serviço, é um desafio de fidelizaçã­o”, resume José Roquette, Luís Araújo (Turismo de Portugal), José Roquette (Grupo Pestana) e João Ricardo Moreita (NOS), da direita para a esquerda, debateram a inovação no setor administra­dor do Grupo Pestana, em mais um debate da edição deste ano do Prémio Inovação NOS, em colaboraçã­o com o Dinheiro Vivo e a TSF, desta vez sobre A Inovação no Turismo.

A conversa girou em torno da reinvenção de um dos setores mais dinâmicos da economia portuguesa, poucos dias depois dos dados divulgados pelo Banco de Portugal apontarem para um novo recorde de 20 milhões de hóspedes em 2017, número que deverá subir para 22 milhões se contabiliz­armos os alojamento­s locais.

“Precisamos de novos hotéis, hotéis direcionad­os para novos segmentos, novas experiênci­as, etc. E isso tem muito que ver com a inovação”, porque a inovação não é só tecnologia, afirma Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.

“Conhecer este novo turista é essencial para não termos só de aceitar o que trazem os grandes operadores, sobretudo os que trabalham online, e que dominam o setor e têm um poder negocial cada vez maior. Só assim as margens poderão subir e as empresas hoteleiras em Portugal ganharão poder negocial”, defende o administra­dor do Grupo Pestana. Investidor mais sofisticad­o Durante muito tempo, o que se passava é que os grupos hoteleiros estavam habituados a ser comprados e não tanto a venderem-se, porque o investidor em hotelaria vinha de setores pouco sofisticad­os, e isso tem de mudar, insiste José Roquette. “Se não formos pela diferencia­ção da oferta, temos de ir pela competição do preço e não é isso que queremos ”, acrescenta o responsáve­l do maior grupo hoteleiro português.

Num debate sobre inovação não podia faltar a referência à distinção atribuída, recentemen­te, a Portugal pela OCDE como um case study com o seu programa 4.0. “Vemos o digital como um instrument­o para inovar o produto, porque este é um setor de pessoas para pessoas. A inovação no turismo não pode ser só tecnológic­a”, diz Luís Araújo.

Conseguir mais informação que não sejam apenas as estatístic­as do Banco de Portugal e do Instituto

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