Novo formato da Taça Davis divide mundo do ténis
Futebolista Piqué é o rosto da proposta que a federação internacional aprovou, mas muitas vozes contrárias se levantaram
POLÉMICA Não foi preciso esperar muito tempo para perceber como a revolução anunciada para a Taça Davis divide opiniões no mundo do ténis. Entre aplausos de jogadores como Rafael Nadal ou duras críticas de nomes atuais e do passado, o novo formato da histórica competição criada em 1900 agitou prós e contras.
“Quando uma coisa não funciona de forma perfeita há que procurar soluções. É uma boa iniciativa e espero que tenha êxito”, defendeu o espanhol Rafael Nadal, n.º 2 do mundo, sobre as alterações a uma prova que tem sofrido com a dificuldade em cativar os melhores tenistas do mundo, que muitas vezes se poupam a mais esse esforço num calendário super-recheado. Bem menos complacente mostrou-se o capitão da seleção francesa, atual campeã. “É o fim da Taça Davis. Que tristeza. Venderam a alma de uma prova histórica. Desculpe Sr. Davis”, escreveu, no Twitter,Yannick Noah, enquanto outros atuais e antigos jogadores lamentaram também nas redes sociais um formato que vai acabar com a proximidade entre as equipas e os respetivos adeptos, o que era um dos encantos maiores da prova.
Na segunda-feira, a Federação Internacional de Ténis (ITF) tinha anunciado, a partir de 2019, a transformação do Grupo Mundial da Taça Davis numa espécie de Mundial de nações, com a participação de 18 seleções, concentrando a competição numa única semana, previsivelmente em novembro, e num único palco-sede.
“Uma completa mudança de paradigma” – palavras do presidente da ITF, David Haggerty – que tem o rosto do atual futebolista do Barcelona Gerard Piqué, fundador e presidente do grupo de investimento Kosmos. Uma parceria válida por 25 anos, a troco de 2,44 mil milhões de euros. Piqué terá agregado o apoio de alguns dos principais nomes do circuito, como Nadal, Djokovic ou Murray, mas viu escalar o tom das críticas, desde o anúncio feito pela ITF. O presidente da federação belga, Andre Stein, acha mesmo que “a maioria das Federações europeias vão votar contra”, na assembleia geral em outubro.