Diário de Notícias

AS CINCO VEZES EM QUE O CLÁSSICO A NORTE ROUBOU O SONHO DO TÍTULO

O duelo de sexta-feira é decisivo para o Sporting, que está proibido de perder no Estádio do Dragão, sob pena de ficar irremediav­elmente para trás. Cinco ou mais pontos de avanço a dez jornadas do fim têm sido sinal claro de título

- CARLOS NOGUEIRA

O clássico de sexta-feira (20.30) no Estádio do Dragão entre o FC Porto e o Sporting assume-se como praticamen­te decisivo para os leões, que em caso de derrota ficam a oito pontos do líder, o que com nove jornadas por disputar colocaria a equipa treinada por Jorge Jesus numa situação bastante delicada em relação ao principal objetivo da época.

Se nos debruçarmo­s apenas sobre os clássicos disputados em casa do FC Porto nas últimas dez rondas do campeonato, chegamos à conclusão de que por apenas cinco vezes um dos rivais ficou praticamen­te arredado do título. Uma das mais célebres aconteceu na época 1992-93, quando um empate a zero foi fatal para o Sporting, orientado por Bobby Robson, que precisava de ganhar para encurtar distâncias. Este resultado fez que o Benfica igualasse o FC Porto de Carlos Alberto Silva na liderança, mas com os leões sete pontos atrás com apenas sete jornadas por disputar. O título acabaria por sorrir aos dragões.

Em 1970-71, com três rondas por disputar, o Sporting foi às Antas com a necessidad­e de vencer para se manter lado a lado com o Benfica no primeiro lugar. Só que o FC Porto arrancou um triunfo por 2-1 e, praticamen­te, ofereceu o campeonato aos encarnados, que na ronda seguinte foram fazer a festa de campeões na Póvoa de Varzim, com uma goleada de 4-0.

Já na temporada de 1967-68, foi o FC Porto a ficar fora da corrida, após perder em casa diante do Sporting, por 1-0, a seis jornadas do final do campeonato. Um golo do médioVítor Gonçalves foi o suficiente para atirar os dragões para fora da luta pelo título, pois ficaram a seis pontos de distância dos dois rivais que partilhava­m a liderança, isto numa altura em que a vitória apenas valia dois pontos. A luta entre leões e águias durou até ao final, com o Benfica a beneficiar de derrotas do rival nas duas últimas jornadas (em casa com o V. Setúbal e em casa do Belenenses), terminando assim com quatro pontos de avanço.

É também o Benfica que, no próximo fim de semana, poderá ser o principal beneficiár­io do resultado do clássico. Contudo, para isso terá de vencer o Marítimo, na Luz, para ganhar pontos aos dois rivais em caso de empate no clássico, ficando a dois do FC Porto e passando a ter uma vantagem de dois sobre o Sporting. Em caso de triunfo dos portistas, os encarnados ficarão, em princípio, a ser os únicos a poder destronar o líder, até porque ainda o irão receber. Já uma vitória leonina relançará o campeonato, com os três candidatos bem juntinhos, separados por dois pontos.

Boavistão aproveitou empate Na história do campeonato há mais dois casos de empates que acabaram por ser quase letais para FC Porto e Sporting. Em 2000-01, o Estádio das Antas foi palco de uma igualdade a duas bolas – Deco e Maric marcaram para os da casa, João Vieira Pinto e Acosta para os leões – que ajudou o Boavista a consolidar a liderança a nove jornadas do fim. Os axadrezado­s, que nessa ronda venceram o Campomaior­ense por 3-1, aumentaram a vantagem de quatro para seis pontos em relação aos dois rivais, o que acabaria por ser decisivo para o único título conquistad­o pelo Boavistão, com apenas um ponto de vantagem sobre o FC Porto e 15

A história do campeonato diz que Benfica e Boavista já foram ajudados pelo resultado do clássico entre FC Porto e Sporting

para o Sporting. Já em 1954-55, o empate 1-1 no FC Porto-Sporting, a dez jornadas do final do campeonato acabou por beneficiar o Benfica, que alcançou uma vantagem de quatro pontos (cada vitória só valia dois pontos) que acabou por ser irrecuperá­vel para os rivais, de tal forma que o segundo classifica­do foi o Belenenses, que perdeu o título por desvantage­m no confronto direto com os encarnados, uma vez que as duas equipas terminaram com 39 pontos.

Cinco pontos são sinal de título Com dez jogos por disputar na Liga, a vantagem de cinco pontos é preciosa para o FC Porto, pois desde que a vitória vale três pontos nunca uma equipa perdeu um avanço semelhante ou maior.

O Benfica de Jorge Jesus, na época 2013-14, foi a única equipa que com dez jogos por disputar dispunha de cinco pontos de avanço para o segundo classifica­do, que na altura era o Sporting. E o certo é que não mais deixou o primeiro lugar graças a uma série de oito vitórias consecutiv­as, que lhe permitiu sagrar-se campeão nacional na antepenúlt­ima jornada, em casa, com um triunfo diante do Olhanense, por 2-0. Este é um bom sinal para o que espera o FC Porto até ao final de uma caminhada que até ao momento não registou derrotas e na qual cedeu apenas quatro empates.

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Marega e Fábio Coentrão serão duas das principais armas de FC Porto e Sporting, respetivam­ente, no jogo de sexta-feira à noite
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