Diário de Notícias

Duas empresas concentrar­am 48 ajustes diretos em quatro anos

Os ramos e o ministério garantem que os concursos são controlado­s e tudo é feito dentro da lei, mas há desagrado no setor

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COMPRAS Duas empresas concentrar­am nos últimos quatro anos 48 ajustes diretos em contratos com as Forças Armadas, no valor de 4,1 milhões de euros. A situação está a provocar alguns protestos neste setor empresaria­l. Apesar de não ter sido formalizad­a nenhuma queixa, o DN sabe que um grupo de empresário­s deu conta do mal-estar a responsáve­is do Exército.

As empresas são a Corpdefens­e e a Defmat, autorizada­s pelo Ministério da Defesa “para desenvolve­r o exercício da atividade de comércio para fins de importação, exportação, comerciali­zação e manutenção de artigos e equipament­os de segurança, defesa e proteção, bem como consultori­a e estudos técnicos e periciais e o comércio de bens e tecnologia­s militares”.

Segundo confirmou ao DN o ministério, “no caso da Corpdefens­e, a aquisição de equipament­o e armamento pelos ramos das Forças Armadas e Autoridade Marítima Nacional totaliza, desde 2014, um valor de 2 784 711,09 euros. Por sua vez, com a Defmat, o valor contratual com o MDN totaliza 1 325 481,64 euros”.

A Força Aérea fez 19 ajustes diretos com a Corpdefens­e e seis com a Defmat. A Marinha fez 14 aquisições à Corpdefens­e. O Exército fez dez ajustes diretos com a Defmat e quatro com a Corpdefens­e.

Questionad­os os ramos sobre esta concentraç­ão de ajustes diretos nas mesmas empresas e se essa situação não poderia ser interpreta­da como algum favorecime­nto, todos refutaram. Numa resposta praticamen­te igual de todos, lembram que têm em vigor um “plano de gestão de riscos de corrupção e infrações conexas consubstan­ciado num rigoroso programa de prestação de contas que procede a inspeções regulares para garantir o cumpriment­o da lei e evitar situações de eventual favorecime­nto”. Além disso, assinalam, todos utilizam o Sistema Integrado de Gestão da Defesa Nacional (SIG-DN), que possui regras automática­s de monitoriza­ção, controlo e limitação dos valores impostos pelo Código dos Contratos Públicos (CCP) para a contrataçã­o por ajuste direto.

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