Ataque coordenado no Burkina Faso deixa 28 mortos
Embaixada francesa entre os alvos dos militantes islamitas. É o terceiro ataque em Uagadugu em pouco mais de dois anos
TERRORISMO Pelo menos 28 pessoas morreram num ataque coordenado na capital do Burkina Faso, que envolveu vários alvos do centro de Uagadugu, entre eles o quartel-general das Forças Armadas e a embaixada francesa. Os números são da agência AFP, que citava fontes de segurança e falava também em 85 feridos, mas o balanço oficial do governo era menor: sete extremistas islâmicos mortos, quatro deles perto da embaixada, assim como sete militares.
O governo do Burkina Faso denunciou um “ataque terrorista perpetrado por homens fortemente armados não identificados” e condenou os “atos cobardes e bárbaros”. Apelou ainda à população para “manter a calma e colaborar com as forças de defesa e segurança”. Militares franceses atuaram contra os atacantes “em colaboração” com as forças de segurança locais, com o governo francês a indicar que não há vítimas entre os seus cidadãos.
As testemunhas indicaram que homens com máscaras atacaram o quartel-general por volta das 10.00. “Vi pessoas com mochila às costas a atacar o guarda. Depois ouvi a explosão. Vi soldados a fugir do edifício a correr”, indicou uma testemunha à Reuters. A explosão terá destruído parte do edifício e provocou uma coluna espessa de fumo negro, uma das várias visíveis no centro de Uagadugu. A menos de dois quilómetros do quartel, na embaixada francesa, os atacantes armados com Kalashnikov tentaram entrar, sem sucesso. Em novembro, o presidente francês, Emmanuel Macron, escolheu a capital do Burkina Faso para revelar a sua estratégia para África, que incluía a luta contra os islamitas.
O ataque não foi ainda reivindicado, mas é o terceiro em pouco mais de dois anos em Uagadugu. A 13 de agosto de 2017, dois homens atacaram o café-restaurante Aziz-Istanbul, matando 19 pessoas. A 15 de janeiro de 2016, 30 pessoas (incluindo um português que vivia em França) morreram num ataque contra o hotel Splendid e o restaurante Cappuccino. Reivindicados por grupos aliados da Al-Qaeda, os ataques terão sido perpetrados em represália pela participação do país na luta contra o terrorismo. S.S.