Candidatura de Sànchez cria tensão entre ERC e Junts
Governo de Rajoy quer saber como Puigdemont está a financiar a vida em Bruxelas e se está a usar fundos públicos
dos eleitores Votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 23 de junho de 2016. 48% votaram contra o
artigo Este é o artigo do Tratado de Lisboa que permite a um país acionar oficialmente o pedido para deixar de ser membro da União Europeia.
CATALUNHA Jordi Sànchez foi anunciado na quinta-feira como o candidato à presidência da Generalitat por Carles Puigdemont, que revelou que iria abdicar provisoriamente das suas ambições ao cargo. Horas depois, a ERC veio esclarecer que o ex-presidente da Associação Nacional Catalã, em prisão preventiva, é apenas “a proposta do Junts per Catalunya” para líder da Generalitat.
“Não temos o acordo fechado”, garantiu ontem o porta-voz da ERC no Parlament, Sergi Sabrià, deixando claro que, com o anúncio desta quinta-feira, Puigdemont “quebrou a linha do governo legítimo porque a quem caberia suceder-lhe é Oriol Junqueras”, que na altura da aplicação do artigo 155 era o vice-presidente.
Segundo os media espanhóis, a ERC sabe que a Junts per Catalunya (o partido independentista mais votado) nunca aceitará que um dos seus deputados seja candidato à investidura, mas ao mencionar Junqueras pretende pressionar Puigdemont para que este abandone a ideia de governar a partir de Bruxelas e só depois se mostrar disponível para apoiar Sànchez.
A Associação Nacional Catalã não gostou da decisão de Puigdemont (apesar de ser a favor do seu ex-presidente), lamentando “o espetáculo das últimas semanas” protagonizado pelos partidos independentistas e afirmando que este anúncio “não era o que milhares de catalães esperavam”, pois o objetivo era recuperar o governo destituído.
Carles Puigdemont esclareceu ontem que apelidou de provisória a sua renúncia à investidura, pois “faremos as modificações necessárias para que seja possível”. “Há uma maioria que quer que o Parlament me escolha como presidente e desautoriza a minha cessação ilegítima”, disse à RAC 1. E ameaçou provocar novas eleições na Catalunha se o governo de Madrid “causar um colapso institucional” ao impedir a investidura do seu sucessor ou sucessores.
O governo espanhol está a investigar como Puigdemont financia a sua estada em Bruxelas, de forma a garantir que não existem verbas públicas envolvidas.