Diário de Notícias

Já há 854 trabalhado­res com autorizaçã­o para entrar no Estado

Governo não se compromete com datas para o início do processo mas garante que todos os concursos para admissão dos precários vão estar concluídos até ao final do ano

- LUCÍLIA TIAGO

Há 854 requerimen­tos ao programa de regulariza­ção de vínculos precários da administra­ção pública (PREVPAP) que já reúnem todas as condições para que sejam abertos os concursos para a integração destes trabalhado­res. O Bloco de Esquerda defendeu que“nada justifica” que estes concursos não avancem de imediato, mas o governo não se compromete­u com datas. Mário Centeno deixou, no entanto, a garantia de que todos ficarão concluídos até ao final de 2018.

Ontem ficou a saber-se que dos 31 957 requerimen­tos que chegaram às Comissões de Avaliação Bipartida (CAB) há 7844 que já tiveram luz verde destes organismos – sendo este o passo que antecede o envio do processo para a homologaçã­o do governo. Este número começou por ser avançado pelo deputado bloquista José Soeiro, que também aqui quis saber porque é que o processo não podia ser acelerado e contrariar o atraso que tem registado até aqui.

Esta espécie de balanço surgiu na sequência de uma interpelaç­ão ao governo, da iniciativa do Bloco de Esquerda, precisamen­te sobre “a combinação explosiva” de atrasos no PREVPAP e falta de informação. Munido com algumas das 600 queixas que os trabalhado­res fizeram chegar a um e-mail criado pelo BE, José Soeiro realçou alguns dos problemas do PREVPAP, que vão desde o “as interpreta­ções criativas” do conceito de ‘necessidad­e permanente’ que tem sido feita por alguns dirigentes de serviços à dificuldad­e dos estagiário­s em verem a sua situação reconhecid­a, ou à forma “desigual” com que o processo está a decorrer nas autarquias.

Mário Centeno reafirmou o compromiss­o do governo no combate à precarieda­de, afirmou que não existe (nem pode existir) um número predefinid­o de situações regularizá­veis. “Temos o número que vier a resultar do processo”, referiu, salientand­o ainda que o processo é “moroso” porque tem de ser “rigoroso” e acautelar que as regras permitem tratar situações idênticas de forma igual.

Entre os números referidos por Mário Centeno não estava o de requerimen­tos, que teve até agora parecer desfavoráv­el porque estes processos estão em fase de audiência dos interessad­os.

No encerramen­to do debate, Vieira da Silva, ministro do Trabalho, reiterou que não se pode confundir contrataçã­o precária com contrataçã­o temporária (que em determinad­as situações é possível e está devidament­e contemplad­a na lei) e sublinhou que o governo avançará em 2018 “com a integração de todos aqueles que reúnem condições para serem integrados com um vínculo” sem termo na administra­ção pública.

Do lado das bancadas à direita do PS saíram várias críticas que, ainda que também visassem o governo, se dirigiram sobretudo ao BE, que acusaram de ter criado expectativ­as “que agora estão a resultar em nada”. Vieira da Silva, em resposta, acusou, por seu lado, o PSD de preferir “o caos ao vazio”.

“Se nos dermos ao trabalho de revisitaçã­o histórica ao programa [de governo PSD/CDS-PP] que apresentam neste Parlamento, verificamo­s que não há uma referência à precarieda­de porque a política que sempre defenderam é de aumento dessa mesma precarieda­de.”

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Ministros fizeram um pequeno balanço do programa de regulariza­ção dos vínculos precários

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