Diário de Notícias

Adolfo Mesquita Nunes “A prova viva de que há respeito no CDS pela diversidad­e sou eu”

Adolfo Mesquita Nunes, que vai coordenar o programa eleitoral do CDS, diz que é preciso adaptar o Estado social a uma economia que está a mudar.

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Disse há pouco no seu discurso que o programa eleitoral do CDS, que vai coordenar, é para ganhar as eleições legislativ­as. Como? O que o nosso programa pretende é responder à seguinte pergunta: como é que Portugal pode liderar nesta nova economia global, competitiv­a e aguerrida. O que vamos procurar apresentar aos portuguese­s nas próximas eleições são as várias respostas setoriais a este desafio, a que as esquerdas não respondem, pois recusam-se a reformar o que quer que seja. Quer dar alguns exemplos? Na educação, por exemplo, continuamo­s a ter o paradigma do século XIX quando estamos a viver no século XXI. Temos um modelo de Estado social que necessita de ser adaptado a uma economia que se está a transforma­r, com mais precarieda­de, com mais trabalhado­res independen­tes, com mais trabalhos ao longo da vida. Não é nem cortar nem dar mais, é adaptar-se aos novos empregos, à nova realidade social. Não podemos aceitar que só ganhe o setor mais dinâmico da nossa sociedade. Temos de fazer que os setores mais vulnerávei­s, mais desprotegi­dos face a esta grande mudança, tenham instrument­os que lhes permitam transitar para essa nova economia e vencer. Porque escolheram para o grupo que vai preparar esse programa eleitoral só pessoas com menos de 45 anos? O que interessa é que escolhemos pessoas que nas suas várias áreas refletiram sobre o impacto deste novo mundo na nossa realidade. São pessoas que têm estado a pensar académica ou profission­al ou politicame­nte os vários impactos da mudança em áreas como a educação a saúde, o território. Mas não estão a deixar de fora a geração“supra-45”? É para chegar a todas as gerações. E, sem querer dizê-lo apenas em benefício do discurso, sublinho a intervençã­o de Adriano Moreira nesta manhã, que foi o discurso mais jovem que ouvimos hoje. Ele chega a reintroduz­ir o tema do ambiente e da proteção da natureza, numa altura em que esta terra única está a ser colocada em perigo. É pela mão do mais velho de todos nós que um dos temas mais jovens, o ambiente, a questão das alterações climáticas e da seca que vivemos, chega ao CDS. Não será dar um passo maior do que a perna dizer que querem ser o maior partido do centro-direita, quando o PSD é que tem a maioria dessa base eleitoral? Nenhum partido é dono dos eleitores e o primeiro passo para conseguir ganhar é começar a caminhar com determinaç­ão e energia. É isso que estamos a fazer. Mas com humildade. Nós sabemos que partimos de perto de 12%. Há um caminho longo, mas só pode ser feito por quem acredita que o pode vencer. Não será otimismo a mais querer replicar no país o resultado das autárquica­s em Lisboa? O que estamos a dizer é que o CDS pode ser um país que cresce, que se abre, que assume as principais preocupaçõ­es do centro e da direita em Portugal, mas que chegar a ser a primeira força é um caminho longo e difícil. Qual foi para si o momento alto do primeiro dia do congresso? Achei o discurso de Adriano Moreira uma verdadeira inspiração. Esclareceu, se necessário fosse, que o CDS está pacificado do ponto de vista identitári­o e que tem de partir à conquista do eleitorado, convencend­o-o de que temos as melhores propostas. No seu discurso de despedida do Parlamento, Filipe Lobo d’Ávila deixou implícito que não haveria no CDS respeito pela diversidad­e de ideias.Tem razão? Eu penso que existe respeito pela diversidad­e. Eu sou, aliás, a prova viva de que existe respeito por essa diversidad­e. Tenho pela atitude política do Filipe Lobo d’Ávila, e já lho disse várias vezes, uma grande admiração. V.M.

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Adolfo Mesquita Nunes, coordenado­r do programa eleitoral do CDS

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