Suspeito do costume vira exibição menos fulgurante
Golo de Jonas, à entrada da reta final, abriu caminho a uma vitória complicada perante um Aves organizado mas que pouco incomodou em termos ofensivos. Rúben Dias fechou as contas
NUNO COELHO Dois golos na parte final do encontro, separados por quatro minutos e em recarga a defesas apertadas de Adriano, permitiram ao Benfica ultrapassar mais um obstáculo na Liga e reduzir, provisoriamente, para dois pontos a diferença para o líder FC Porto. Ainda assim, ontem foi uma exibição menos conseguida da equipa, perante um Aves que complicou a missão dos campeões mas que acabou naturalmente vergado à superioridade adversária – o clube nortenho nunca pontuou na Luz e embora tenha sonhado com isso... esqueceu-se do inevitável Jonas, autor do golo inaugural quando a impaciência já alastrava nas bancadas.
Sem poder contar com Pizzi, que completou uma sequência de cinco amarelos, Rui Vitória manteve o esquema que tem utilizado, com João Carvalho a entrar no lugar do internacional português. Todavia, os campeões nacionais começaram estranhamente apáticos – já sucedera com o Marítimo –, facilitando a organização defensiva dos avenses, que se revelavam pouco atrevidos no ataque, perdendo facilmente a bola quando chegavam ao último terço.
Aos 12’, Fejsa lançou bem Rafa na direita e o extremo, depois de se livrar da oposição de um defesa contrário, rematou de trivela, com a bola a sair perto do poste de Adriano. Esta foi uma das duas hipóteses do Benfica no primeiro tempo – a outra teve de novo Rafa como protagonista, após um excelente passe de Zivkkovic, que entretanto descaíra para direita do meio-campo. Aí valeu aos nortenhos Adriano, que fez bem a mancha reduzindo o ângulo ao número 17 da casa (18’).
Apesar de ter conquistado oito cantos no primeiro tempo, o Benfica não voltou a criar perigo – nem a consenti-lo junto da baliza de Bruno Varela, onde o único lance que arrepiou as bancadas, um livre Jonas até esteve mais discreto do que o habitual, mas nunca virou a cara à luta e acabou por ser ele a abrir o caminho à vitória encarnada que acabou com Fejsa a cabecear ao próprio poste, estava anulado há algum tempo por fora de jogo. Maior intensidade Na segunda metade, a equipa da casa entrou mais intensa e criou logo duas boas ocasiões para inaugurar o marcador. Com Rafa em destaque do lado direito, o Aves ia aguentando as investidas cada vez mais frequentes dos lisboetas.
Mas o golo acabaria por aparecer aos 71 minutos, num lance em que Fejsa arriscou um remate de fora da área que Adriano só conseguiu sacudir para o lado. Cervi apanhou a bola e ofereceu-a a Jonas, que só teve de encostar para a baliza deserta. O suspeito do costume, que até esteve mais discreto, voltava a ser decisivo. Pouco depois, Rúben Dias aproveitou nova bola defendida por Adriano a remate de Raul para fechar as contas, isto embora Jardel ainda tivesse obrigado o guarda-rede brasileiro a uma grande intervenção. Mas aí estava tudo decidido.