Aposta de Benfica, FC Porto e Sporting tem crescido nos últimos dez anos. Urreta e Domingos Paciência falam desta mudança
GONÇALO LOPES Ainda não há muito tempo era raro ver jovens de 20 ou menos anos serem figura de destaque nos plantéis dos três grandes. Essa realidade, no entanto, mudou bastante de há dez anos para cá, com mais de cem jovens lançados por Benfica, FC Porto e Sporting. Não só atletas nacionais como estrangeiros. As melhores condições atuais dos clubes para trabalharem a sua formação e um scouting mais profissional e competente pelo mundo estão entre as justificações avançadas ao DN para esta mudança de paradigma.
O Benfica é quem lidera nestas contas, no que diz respeito aos últimos dez anos em jogadores com 20 ou menos anos a terem-se estreado na equipa principal dos encarnados, seguindo-se depois o FC Porto e finalmente o Sporting .
Na presente temporada, por exemplo, as águias já estrearam nomes como Svilar, Rúben Dias, João Carvalho, Keaton Parks e Diogo Gonçalves; no FC Porto, o treinador Sérgio Conceição deu oportunidades a Dalot, Bruno Costa, Luizão, Jorge Fernandes e Galeno; ao passo que Jorge Jesus apostou em Rafael Leão, Demiral ou Jovane.
De todos estes, Rúben Dias (Benfica), Dalot (FC Porto) e Rafael Leão (Sporting) são os que mais elogios têm recebido nos últimos tempos, apesar da tenra idade. Quem também se estreou muito jovem, com 18 anos, foi o uruguaio Jonathan Urreta, que chegou à luz em 2008. Vinha de um dos emblemas mais importantes da América do Sul, concretamente do River Plate, da Argentina, e em conversa com o DN justificou porque fez, na altura, a sua aposta no Benfica.
“Na altura tive algumas propostas da Europa, onde sempre quis jogar, mas além do projeto que todos apresentaram quis perceber se eram clubes onde os jovens tinham oportunidades e vi que no Benfica isso acontecia. Fui também aconselhado nesse sentido, sobretudo porque a Portugal chegavam muitos jovens da Argentina”, começou por dizer o internacional uruguaio, reforçando também essa aposta feita em Portugal.
“Acabei por ter algumas oportunidades, também joguei em Guimarães e em Paços de Ferreira, mas vi que na grande maioria dos clubes portugueses havia essa aposta”, disse o agora jogador do Monterrey, do México, justificando a sua opinião.
“Vi uma realidade completamente diferente no Benfica daquela a que estava habituado na América do Sul, tanto no Uruguai como na Argentina. Tudo muito profissional, as estruturas de alto nível e notava-se a aposta nos jovens”, afirmou o sul-americano, salientando, contudo, que não basta apenas contratar os jovens jogadores e esperar que eles vinguem por si.
“É preciso um acompanhamen- Rúben Dias (Benfica), Rafael Leão (Sporting) e Diogo Dalot (FC Porto) têm sido os jovens em maior destaque nos três grandes nesta temporada