Costa Verde. De Aveiro para os casinos de Las Vegas, sem apostar a louça toda
Há louça portuguesa que viaja quase 9000 quilómetros para brilhar à mesa dos mais luxuosos casinos de Las Vegas. Neste ano, a Costa Verde fechou novos negócios com o mítico Ceasers Palace e com a cadeia de hóteis Hilton
BÁRBARA SILVA Francisco Proença, administrador industrial da Costa Verde, revela que a empresa vai lançar uma nova linha de louça já em abril pois de um investimento de cinco milhões de euros na empresa, em 2006, que a Costa Verde se apercebeu de que “faltava algo”. “Estávamos em 2007 e a empresa estava bem, mas faltava algo. Não é que estivéssemos mal, mas algo nos faltava na logística, na implementação, no planeamento. Queríamos uma forma organizada de mudança e por isso contratámos consultores externos do Kaizen Institute do Porto”, conta.
O resultado foi uma evolução do sistema organizacional, com a implementação do método Kaizen como forma de melhorar a produtividade, através de uma “reestruturação e otimização profunda nos postos de trabalho para responder a um mercado cada vez mais competitivo. Internamente foi um ponto de mudança. Fomos buscar mais do que pretendíamos: qualidade, produtividade, melhoria dos postos de trabalho, setup das máquinas, logística, planeamento, etc. O resultado foi uma cadeia de valor mais simples, em que toda a gente percebe a forma de trabalhar”. Com o método Kaizen, a Costa Verde registou um pico de melhoria na produtividade de 51,8% em 2011.
Com uma forte componente de inovação interna, a empresa tem procurado sempre desenvolver soluções próprias para os problemas que surgem na linha de produção. Prova disso é a nova máquina de fabrico automatizado de asas (com uma tecnologia de enchimento sob pressão), criada pela “prata da casa”, que reduziu para metade o número de processos necessários, com ganhos imediatos ao nível de custos, tempo e produtividade. Agora, a fábrica alemã Sama, que construiu a máquina em parceria com a Costa Verde, interessou-se pela ideia e poderá escalar a sua produção para todo o mundo.
Definindo-se como uma fábrica de “olaria automatizada”, a Costa Verde introduziu também a prensagem isostática de chávenas, que passaram a custar menos 25% por unidade, com um aumento de 31% na qualidade. O método Kaizen, diz Francisco Proença, permitiu otimizar o comboio logístico da fábrica para operar apenas com uma pessoa. E o resultado está à vista um pouco por todo o mundo.