Crédito fiscal tira contas da Mutualista do vermelho
MONTEPIO Associação Mutualista Montepio comunicou lucro de 587,5 milhões de euros em 2017, beneficiando de créditos fiscais
A mutualista liderada por Tomás Correia garantiu que os lucros de 2017, proporcionados por um crédito fiscal, permitiram que o capital próprio saísse de valores negativos. A associação referiu ontem, em comunicado, que “apurou em 2017 um resultado líquido positivo de 587,5 milhões de euros”.
A dona do banco Montepio detalha que “os resultados apurados em base individual vêm elevar o capital próprio em base consolidada, passando agora para um valor positivo de 510 milhões de euros”. Em 2016, os capitais próprios eram negativos em 251 milhões de euros. A contribuir para os lucros e para a saída de capitais próprios negativos estiveram os créditos fiscais utilizados pela Associação Mutualista.
Esta entidade teve o aval da Autoridade Tributária no pedido de deixar de ter uma isenção de impostos, apesar de manter o estatuto de IPSS. Apesar de passar a ter de pagar IRC, a mutualista pode usar créditos fiscais: os ativos por impostos diferidos. Isso permitiu uma melhoria de 808,6 milhões de euros nas contas.
“A Associação Mutualista Montepio, no cumprimento das normas internacionais de contabilidade, refletiu nas suas demonstrações financeiras o apuramento de ativos por impostos diferidos no montante de 808,6 milhões de euros”, refere o comunicado enviado às redações. Além do crédito fiscal, a dona do banco Montepio diz que “assumiu uma posição conservadora na avaliação dos seus ativos”. Assumiu imparidades de 233,4 milhões de euros nas participações que detém na Montepio Seguros e na Caixa Económica Montepio Geral.
A Associação Mutualista viu o número de associados descer 1,5%. Perdeu cerca de sete mil, encerrando 2017 com 625 mil. Ainda assim, a entidade viu as receitas associativas aumentar de 234 milhões para 711 milhões de euros. A mutualista explica essa subida com “a dinâmica do relacionamento associativo obtido através da rede dedicada de gestores mutualistas e do contributo da rede de balcões da Caixa Económica Montepio Geral”. RUI BARROSO