“No primeiro Parlamento pós-eleições democráticas, havia 5% de mulheres. 39 anos e uma lei da paridade depois, passaram a ser 34,7%”
partidos sem a possibilidade de, como comenta a secretária de Estado, “comprar a violação da lei”. “É a única forma de garantirmos mais mulheres na política”, certifica, mesmo se considera que “a lei de 2006 teve um impacto, há rostos femininos que emergiram que nunca teriam emergido sem ela. Criam-se competências, criam-se lideranças, e tem um efeito de naturalização da política como um lugar de mulheres que é muito importante. Mas o mecanismo do fecho éclair, com os dois homens-uma mulher-dois homens em muitos casos conduzia as mulheres ao terceiro, ao sexto, ao nono lugar.”
A proposta do governo não acaba completamente com esse mecanismo, porém: só impõe que nos dois primeiros lugares das listas haja uma pessoa de cada género. Nos seguintes pode voltar o “fecho éclair”. E há outra coisa que o governo, mesmo se já estabeleceu um sistema de quotas para o conselho de administração das empresas públicas e cotadas em bolsa, não propõe: paridade para si próprio. Um facto que o Presidente da República, ao referir a aprovação da proposta de lei pelo governo, relevou: “Ainda estamos longe, por exemplo, da paridade que existe noutros países em termos de composição de governos.”
Rosa Monteiro sorri: “A nível de secretárias de Estado temos uma boa representação, mas de facto nas ministras estamos bastante aquém. O próprio primeiro-ministro reconheceu que temos de ter governos mais paritários.”