Diário de Notícias

Retorno no alojamento local é mais rápido no Alentejo

Sazonalida­de e valor investido justificam expectativ­a dos proprietár­ios

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LUCÍLIA TIAGO Mais de metade dos proprietár­ios de alojamento local (AL) das regiões norte e centro têm nesta atividade a sua principal fonte de rendimento e a maioria pretende manter-se neste ramo nos próximos anos. Até porque acreditam que vão demorar vários anos a recuperar o investimen­to realizado. No Norte esta expectativ­a de retorno ultrapassa os seis anos e no Centro ultrapassa os nove. No Alentejo há mais otimismo sobre o tempo que os empresário­s estimam que vão necessitar para recuperar o investimen­to, mas também aqui o AL apenas é a atividade principal de 22% dos que estão neste negócio.

Estes são alguns dos dados que se destacam no estudo sobre a dinâmica do Alojamento Local naquelas três regiões, promovido pela Associação da Hoteleira, Restauraçã­o e Similares de Portugal (AHRESP), em parceria com o ISCTE – Instituto Universitá­rio de Lisboa. Para aquela mais ou menos prolongada expectativ­a de retorno do investimen­to pesam vários fatores, como a sazonalida­de e o valor dos gastos realizados. É que, enquanto no Alentejo 62% do investimen­to (sobretudo em obras de reabilitaç­ão e em decoração dos imóveis, já que o custo de compra do mesmo não está aqui considerad­o) foi inferior a dez mil euros e apenas 20% superaram este patamar, no Norte e no Centro os gastos acima dos dez mil euros representa­m 34% e 25% do total, respetivam­ente.

O facto de a recolha das respostas ter sido realizada em maio e junho – mês em que a região centro teve o primeiro incêndio de grandes dimensões – poderá também ter influencia­do a resposta dos empresário­s quando deram conta de que a sua expectativ­a de retorno do investimen­to é de 9,5 anos em média, sendo que a resposta mais frequente a esta questão apontou mesmo para os dez anos. No Alentejo, a média sobre o tempo de retorno é de 5,7 anos, mas a resposta mais frequente foi um ano.

Nestas três regiões estão registados 13 760 alojamento locais (27% do total nacional) que correspond­em a uma oferta de 38 384 quatros. No Norte, 56% destes imóveis estavam desocupado­s, enquanto no Centro e no Alentejo era esta a situação de 47% e 55% das casas, respetivam­ente. Para Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP ,estes números mostram que o AL “não se esgota” em Lisboa e no Algarve (o Porto está incluído nos dados do Norte) e mostram ainda “o papel relevante que o alojamento local tem desempenha­do na reabilitaç­ão dos imóveis”.

A AHRESP pretende concluir este ciclo de estudos com uma análise do AL no Algarve e nas regiões autónomas. A região de Lisboa foi a primeira a ser estudada.

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Norte, Centro e Alentejo têm 27% dos alojamento­s locais do país

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