Diário de Notícias

Chanceler alemã votada hoje para um 4.º mandato

BUNDESTAG Deputados alemães deverão confirmar hoje Angela Merkel e o seu governo de Grande Coligação

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Angela Merkel deverá ser hoje reeleita, no Bundestag, para um quarto mandato como chanceler, após a votação dos deputados.

A líder dos conservado­res irá liderar um governo de Grande Coligação entre a CDU-CSU/SPD (a terceira desde que há 13 anos chegou ao poder na Alemanha).

A tomada de posse da chanceler alemã acontecerá quase seis meses depois da realização das eleições legislativ­as alemãs, em que saiu vencedora a CDU de Merkel, mas sem conseguir maioria absoluta.

O escrutínio revelou uma perda de eleitores dos maiores partidos, não só a CDU mas também o SPD. E uma entrada da extrema-direita no Parlamento alemão. A Alternativ­a para a Alemanha (AfD) foi a terceira formação mais votada e, depois de o SPD aceitar reeditar a coligação, ficará agora como o maior partido da oposição no Bundestag.

Os sociais-democratas ficaram neste governo com pastas importante­s como a das Finanças ou a dos Negócios Estrangeir­os. A primeira será ocupada por Olaf Scholz, a segunda por Heiko Maas, depois de Sigmar Gabriel e Martin Schulz, ex-vice-chanceler alemão e ex-líder do SPD, respetivam­ente, terem abdicado da responsabi­lidade de chefiar a diplomacia alemã.

A CSU ficou com a pasta do Interior, mas Horst Seehofer, que será o novo ministro, mudou o nome, para Ministério do Interior, da Construção e da Pátria. Esta última designação adquiriu conotações negativas durante o regime nazi e durante anos os políticos alemães optaram por não usá-la. Nesta pasta ministeria­l, Seehofer, líder da CSU, indicou já que pretende trabalhar “num plano-mestre para procedimen­tos de asilo mais rápidos e deportaçõe­s consistent­es”.

Na CDU o polémico é Jens Spahn, ministro da Saúde, que ganhou fama como crítico interno de Angela Merkel no partido. Em entrevista publicada no domingo pelo

Berliner Zeitung, disse, sobre o sistema social Hartz IV, que ser dependente de apoios sociais na Alemanha não é sinónimo de ser pobre. “Hartz IV não significa pobreza, mas é a resposta da nossa comunidade de solidaried­ade à pobreza.”

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