Zuma acusado de corrupção num negócio de armas
Ex-presidente nega as acusações, que remontam à década de 1990 quando era vice-presidente. Havia suspeitas desde 2009
ÁFRICA DO SUL O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma foi ontem acusado de fraude e corrupção no caso de um contrato de venda de armas no valor de 2,5 mil milhões de dólares, no final da década de 1990. O antigo dirigente de 75 anos, obrigado a demitir-se pelo partido no mês passado, nega as acusações, que remontam ao tempo em que era vice-presidente (chegou ao poder em 2009).
“Após analisar o assunto, sou da opinião que há perspetivas razoáveis de um processo bem-sucedido contra Zuma em relação a estas acusações”, disse o procurador-geral Shaun Abrahams numa conferência de imprensa. “Submeter o caso a julgamento é a forma mais apropriada de abordar as acusações”, acrescentou Abrahams, que indicou que a decisão já foi comunicada ao próprio Zuma.
Segundo Abrahams, são 16 as acusações contra o ex-presidente, relacionadas com 783 casos de alegada irregularidade. Zuma foi implicado no negócio de armas através do ex-conselheiro financeiro, Schabir Shaikh, preso por corrupção. As suspeitas remontam a 2009, mas foram abandonadas após a sua vitória eleitoral. O ex-presidente já veio dizer estar a ser “vítima da má conduta” dos procuradores, que têm passado dados à imprensa. Quando estava no poder, Zuma pressionou Abrahams para que se demitisse, por o estar a investigar.
Após a decisão do Congresso Nacional Africano (ANC) de afastar Zuma, a presidência da África do Sul foi assumida por Cyril Ramaphosa que prometeu combater a corrupção e reconstruir a confiança dos eleitores no ANC.