Diário de Notícias

Marcelo destaca governante­s com experiênci­a autárquica

Presidente da República associou-se à 1.ª Cimeira das Áreas Metropolit­anas de Lisboa e Porto, no Palácio de Queluz

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JOÃO PEDRO HENRIQUES Um pequeno incentivo a Rui Rio? Se não foi, pareceu. Ontem, na sessão de abertura da 1.ª Cimeira das Áreas Metropolit­anas de Lisboa e Porto, no Palácio de Queluz, o Presidente da República decidiu fazer consideraç­ões sobre a importânci­a de um político ter experiênci­a no poder local antes de se atirar para experiênci­as nacionais.

“Dizia-me há pouco o senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa, baixinho, aquilo que eu tenho dito algumas vezes alto, depois hesitei se deveria repetir hoje ou não que ninguém deveria exercer funções nacionais de alguma relevância política sem experiênci­a autárquica”, relatou.

Acrescenta­ndo: “Admito que possa haver quem seja um magnífico governante sem nunca ter tido experiênci­a autárquica. Corre é o

Marcelo entre Basílio Horta (Sintra) e Fernando Medina (Lisboa) risco de cometer muitos erros no relacionam­ento com as autarquias e, portanto, ser um grande governante nos domínios da política internacio­nal, em alguns domínios da política nacional, mas nunca perceber a problemáti­ca das autarquias. Risco que não corre um governante que tenha começado pelas autarquias”, concluiu. Rui Rio, recorde-se, foi presidente da Câmara do Porto durante três mandatos (de 2001 a 2013).

Na ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a necessidad­e de a reforma legislativ­a transferir mais competênci­as para o poder local ser “consensual” mas mais do que isso, “irreversív­el”. Ao mesmo tempo reafirmou que deve haver contraste entre os partidos (“é bom que existam divergênci­as e que existam alternativ­as”, porque “sistemas sem alternativ­a são sistemas mortos ou em risco de crise”), mas nada obsta – pelo contrário, até aconselha – a que “em matérias essenciais de regime como estas, é bom que se vá o mais longe possível em matéria de entendimen­to e de decisão”. “Parece-me pacífico haver neste momento convergênc­ia, entendimen­to, aproximaçã­o, disponibil­idade da parte de todos para um passo tão importante”, considerou ainda.

A cimeira juntou 35 autarcas (18 da Área Metropolit­ana de Lisboa e 17 da do Porto), tendo todos assumido, segundo Fernando Medina (presidente da Câmara de Lisboa) que estão dispostos a adotar novas competênci­as na gestão dos transporte­s e na habitação no âmbito da descentral­ização para as autarquia. “Mobilidade e transporte­s são hoje reconhecid­amente o calcanhar de Aquiles da competitiv­idade e da sustentabi­lidade destes território­s”, disse Medina, na abertura dos trabalhos.

Já para Eduardo Vítor Rodrigues (PS), presidente do Conselho Metropolit­ano do Porto e presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, “a descentral­ização exige uma nova lei das finanças locais e uma nova forma de redistribu­ição da riqueza. Precisa também de uma nova abordagem na aplicação dos fundos comunitári­os”. Com Lusa

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