Coca-Cola lança novas bebidas para fugir à taxa do açúcar
Rui Serpa, o novo country manager em Portugal, anunciou investimento de 120 milhões, nos próximos cinco anos, em novas marcas e bebidas orgânicas, biológicas e sem gás
O ministro da Economia, Caldeira Cabral, foi o primeiro representante do governo a visitar a fábrica da Coca-Cola em 40 anos
BÁRBARA SILVA A Coca-Cola vai investir 120 milhões de euros em Portugal nos próximos cinco anos, a uma média de 40 milhões por ano, revelou ontem Rui Serpa, o novo country manager da empresa, anunciando também o lançamento de novas marcas e produtos já em abril de 2018. “Estamos a preparar novos produtos. Portugal é um mercado de oportunidades e crescimento e representa uma prioridade estratégica a curto e médio prazo. Para isso, temos um investimento de 120 milhões de euros para os próximos cinco anos”, disse Rui Serpa no dia em que a fábrica da Coca-Cola European Partners, em Azeitão, recebeu a visita do ministro da Economia, Caldeira Cabral, para assinalar o 40.º aniversário da marca em Portugal.
Em declarações ao DN/Dinheiro Vivo, Márcio Cruz, responsável de comunicação da marca, revelou que se trata do lançamento de “novas bebidas de novos segmentos”. “Vamos entrar em categorias orgânicas, produtos biológicos, fortale- cer a presença nas bebidas refrescantes sem gás. Vamos mudar a estratégia. Sermos uma empresa total de bebidas obriga-nos a ter uma maior diversidade de produtos para o gosto dos consumidores portugueses.” Neste momento, a Coca-Cola está em Portugal com 12 marcas e 49 produtos, sendo que “as bebidas baixas em calorias e sem açúcar representam 28% das vendas”, anunciou Rui Serpa, identificando a “aplicação de impostos às bebidas refrescantes” como um dos principais desafios do seu antecessor nos últimos anos.
Com a presença do ministro da Economia na fábrica da Coca-Cola, a taxa que o governo introduziu sobre as bebidas açucaradas em 2017 esteve na ordem do dia, com Márcio Cruz a falar mesmo de um “imposto discriminatório” que teve como consequência uma quebra de 10% nas vendas da marca, no último ano. No final de 2016, a Coca-Cola decidiu suspender um investimento que tinha planeado no valor de 40 milhões. “Considerámos que os resultados não iam ser tão satisfatórios, por causa do imposto, o que nos obrigou a colocar todos os planos de investimento em standby. Mas não foi uma mensagem para o governo”, assegurou o responsável da Coca-Cola, que entretanto avançou com a proposta da criação de um novo escalão isento de imposto para as bebidas sem teor de açúcar. “Temos o trabalho de casa bem feito. Até 2020 queremos reduzir 10% no teor de açúcar das nossas bebidas”, garantiu.
Por seu lado, Caldeira Cabral assegurou que “está a trabalhar no sentido de fazer que os incentivos à