“Portugal não tem um sonho, tem um objetivo e vamos lutar pela vitória no Mundial”
Fernando Santos assumiu candidatura ao Mundial, garantiu que Rúben Dias e Nani podem estar no lote de eleitos e afastou convocatórias dos naturalizados Jardel e Maicon
SELEÇÃO O selecionador Fernando Santos não foi tão longe na ambição como nas vésperas do Euro 2016, quando disse que só ia regressar a casa no dia a seguir à final do campeonato da Europa. Mas assumiu ontem a candidatura de Portugal ao título de campeão do Mundo, na competição que vai ter lugar na Rússia, entre 14 de junho e 15 de julho.
“Portugal não tem um sonho, tem um objetivo. Não nos consideramos favoritos para o Campeonato do Mundo, mas, tal como disputámos o Europeu, vamos lutar pela vitória no Mundial. Todas as contas, todos os jogos são importantes, e Cristiano Ronaldo, sendo o melhor do Mundo, tem um peso muito importante”, começou por revelar o selecionador nacional, salientando que os jogos com o Egito (hoje) e a Holanda (2.ª-feira) não serão um teste para os convocados com vista ao Mundial. “Não estou aqui para dissipar dúvidas, disse isso logo na terça-feira aos jogadores, para desfrutarem do estágio, dos jogos, que isto não é nenhum teste. Estão cá porque fazem parte desse lote”, considerou Santos.
Ainda relativamente à lista final dos 23 eleitos que vai levar ao Mundial da Rússia, o selecionador foi questionado sobre dois casos: Rúben Dias lesionou-se e falhou a oportunidade de se mostrar a Santos nestes dois particulares. E Nani ficou de fora das duas últimas convocatórias. É um sinal de que vão ficar de fora dos eleitos? Santos garantiu que não. “Gostava de o ter visto [Rúben Dias] reunido em seleção, pois nunca esteve connosco, mas continua a fazer parte do lote alargado de jogadores, não está fora do comboio. O Nani? Está num patamar igual ao dos outros, como Rúben Dias, num patamar dos 30 e muitos com fortes possibilidades de estar presente no Mundial. Ele foi um jogador muito influente no Europeu e em outras competições, o selecionador sabe isso melhor do que ninguém”, salientou. Jardel e Maicon riscados Fora de hipótese estão as chamadas dos defesas-centrais Jardel (Benfica) e Maicon (ex-FC Porto), brasileiros que se naturalizaram e podiam integrar a convocatória,
Santos diz que estes jogos não são testes para escolher os eleitos ainda mais num setor (centro da defesa) onde existem alguns problemas: “Não admito que Portugal tenha problemas no eixo defensivo. Em jogos oficiais, a seleção só perdeu um jogo. Não vejo essas debilidades. Jardel e Maicon não fazem parte das possíveis escolhas, apesar de excelentes jogadores.”
Quanto às várias lesões que têm afetado alguns dos principais jogadores, casos de Pepe, Danilo, William e Coentrão, o selecionador não se mostra, para já, preocupado. “As lesões são normais no futebol, ainda mais nesta fase da época. Temos dois casos claros, o Pepe e o Danilo, que não foram chamados por lesão, mas isto não me condiciona em nada. Temos um lote alargado com que contamos. Se este será o lote que estará no Campeonato do Mundo, basta olhar para este grupo que chamámos agora para ver que não. Estão aqui 24, 25 jogadores e nem todos podem estar à partida no Mundial, onde só vão estar 23”, afirmou.
O selecionador foi ainda confrontado com a dispensa de Fábio Coentrão que, apesar de nos exames feitos pelo departamento médico da FPF não lhe ter sido detetado qualquer problema, queixou-se de dores e abandonou a seleção. “A informação [clínica da FPF] definiu muito bem esta questão, não havia lesão, havia queixas fortes da parte do jogador”, limitou-se a dizer Santos. G.L.