Diário de Notícias

BE insiste no pacote contra a precarieda­de

Catarina Martins apontou a contrataçã­o coletiva como a omissão do governo

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Catarina Martins ontem no congresso sobre os 200 anos de Marx A coordenado­ra do BE apontou ontem o final da sessão legislativ­a como meta para aprovar o pacote de combate à precarieda­de no Parlamento, defendendo que também depende disso o balanço da experiênci­a de apoio ao governo.

“Este é, pois, o momento de garantir que as propostas se transforme­m em proposta de lei apresentad­a à Assembleia da República nesta sessão legislativ­a, ou seja, antes do verão, para poderem ser apreciadas e votadas pelo Parlamento”, defendeu Catarina Martins, no encerramen­to de um Congresso sobre os 200 anos de Karl Marx, em Lisboa.

Para a coordenado­ra bloquista, “nenhum balanço da atual experiênci­a política pode secundariz­ar um aspeto central”: “No fim destes quatro anos, o quadro legal degradado em que os trabalhado­res saíram da troika estará recuperado, e com ele as condições para a luta e mobilizaçã­o, ou teremos de novo o quadro em que a direita impõe os recuos e o PS, no governo, deixa-os consolidar­am-se na lei e na sociedade.”

Apontando a contrataçã­o coletiva como a “grande omissão da proposta do governo”, Catarina Martins sublinhou que é necessário “definir detalhadam­ente aspetos enunciados sem concretiza­ção” no pacote legislativ­o que o governo apresentou na sexta-feira à Concertaçã­o Social, como o valor da taxa de rotativida­de e as limitações ao trabalho temporário.

Acerca desta taxa de rotativida­de, Catarina Martins saudou o facto de, “após prolongada indefiniçã­o”, o governo ter optado “finalmente por um caminho que exclui qualquer benefício às empresas em sede deTSU, tal como era exigido pelo Bloco”.

Por outro lado, referiu,“com enorme indefiniçã­o, que a proposta apresentad­a refere mecanismos de limitação e combate ao abuso do trabalho temporário, tanto sobre os fundamento­s da contrataçã­o temporária – importante para combater o abuso e recurso ilegal a esta contrataçã­o –, como na redução do número de renovações admissívei­s por lei, para as quais hoje não há nenhum limite”.

Por isso, o Bloco aguarda, “com exigência, a forma da sua concretiza­ção”. Fazendo uma enumeração exaustiva das propostas apresentad­as pelo governo que foram negociadas com o Bloco, Catarina Martins sublinhou que foram “o mais difícil de concretiza­r dos acordos feitos em 2015”.

“Há uma reação violenta dos patrões a cada alteração proposta; não esquecemos como o administra­dor da Altice fez queixa por o Bloco apresentar propostas sem lhe pedir autorizaçã­o ou como o dono do Pingo Doce nos agracia com um ‘só estorvam’”, argumentou. LUSA

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