Vitória sobre a Holanda significa um ano sem perder
Portugal joga hoje com a seleção holandesa. Fernando Santos não perde desde março de 2017 e promete alterações nesta noite
Foi a 28 de março de 2017, no jogo que era de festa pelo regresso da seleção nacional à Madeira, terra de Cristiano Ronaldo, que Portugal perdeu pela última vez sob o comando de Fernando Santos. Um ano depois da derrota com a Suécia (3-2), a equipa portuguesa enfrenta a Holanda (19.30, RTP1), numa partida que pode prolongar o estatuto de invencibilidade da campeã europeia que dura há 15 jogos e... 364 dias.
Desde esse jogo nos Barreiros que a equipa nacional não sabe o que é perder em 90 minutos – saiu derrotado do duelo com o Chile na Taça das Confederações, mas nas grandes penalidades. Entre jogos particulares, de qualificação para o Mundial e Taça das Confederações, Portugal jogou com o Egito (2-1), os EUA (1-1), a Arábia Saudita (3-0), Suíça (2-0), Andorra (2-0), Hungria (0-1), Ilhas Faroé (5-1), México (2-1 a.p.) Chile (0-0, 0-3 g.p.)Nova Zelândia (4-0), Rússia (1-0), México (2-2), Letónia (3-0) e Chipre (4-0).
No total, são sete as derrotas da seleção na era Fernando Santos, desde setembro de 2014, quando foi oficializado como sucessor de Paulo Bento, apesar da ameaça de um castigo FIFA de oito jogos. Em quase quatro anos só a França, Rússia, Cabo Verde, Suíça, Bulgária, Inglaterra e Suécia encontraram o caminho da vitória frente a Portugal.
O selecionador nacional, que não gosta de perder “nem a feijões”, parece ter incutido esse espírito no balneário da seleção nacional e tem mesmo dos melhores registos da história ao serviço da equipa das quinas. A única derrota oficial do engenheiro continua a ser a que Portugal sofreu no St. Jakob-Park, em Basileia, perante a Suíça (2-0). Era o primeiro jogo depois de a seleção ter erguido o troféu Henri Delaunay no Euro 2016 e o 14.º de Santos à frente da seleção e foi o primeiro desaire após nove vitórias e quatro empates em 13 jogos. E, se a caminhada para o
Mundial 2018 começou com uma derrota (Suíça), a preparação para o Campeonato do Mundo, que se joga na Rússia, no verão, começou da melhor forma com o triunfo sobre o Egito num particular. O selecionador nacional admite fazer “diversas alterações” na equipa que hoje vai defrontar a Holanda, em Genebra, Suíça, mas dar oportunidades a jogadores menos utilizados jamais se vai sobrepor à estratégia da equipa. “Não temos a pressão de querer que todos os jogadores vão a jogo. Essa pressa é inimiga da perfeição e não é boa conselheira. Dentro do possível vamos tentar que todos possam evoluir, uns mais e outros com menos tempo. Não será igualitário, isso é seguro”, disse, ontem, Fernando Santos na conferência de imprensa de antevisão do encontro com os holandeses.
Portugal vem de um triunfo sobre o Egito (2-1), com um bis de Cristiano Ronaldo já depois dos 90 minutos. O capitão pediu para jogar o jogo todo e evitou a derrota de Portugal. Será que vai descansar frente à Holanda? É esperar para ver. Fernando Santos não abriu o jogo quanto a esse tema, mas abordou o jogo com o vice-campeão de África para explicar como o ADN criativo do futebol português pode a ajudar a vencer jogos, quando o resto não funciona.
“O forte e mais-valia é a estrutura de jogo, a forma de atuar, a estratégia, o compromisso em campo. São estas as mais-valias fundamentais. E depois a qualidade e competitividade dos jogadores. É assim que tem sido a nossa resposta nos últimos três anos e meio”, defendeu o técnico nacional, que gostou da atitude da equipa frente ao Egito.
“Algo que me agradou profundamente no jogo foi a atitude de equipa que não aceita a derrota com naturalidade, sempre com vontade de ganhar. É verdade que nem sempre com o melhor critério, mas com vontade de discutir cada jogo até aos últimos minutos e procurar vencer. Mesmo em jogo não oficial, não aceita esta condição de poder ser derrotada.”
O próximo adversário é Holanda de Bas Dost, um jogador habituado a espalhar o terror pelas defesas da I Liga com a camisola do Sporting, mas que “não vai merecer uma atenção especial” por parte de Portugal. “Observámos o jogo frente à Inglaterra. Uma seleção com um treinador novo [Ronaldo Koeman] e novas ideias. No início do jogo anterior apresentou um esquema diferente e ao longo da partida foi apostando em alterações táticas. Diante de Portugal não sei qual é o pensamento que vai implementar”, afirmou Fernando Santos.
Certo é que, segundo o selecionador, Portugal vai estar à espera de uma “equipa fortíssima” e não uma seleção enfraquecida pelo facto de ter falhado o apuramento para o Mundial 2018 que se vai disputar na Rússia: “Estamos habituados a ver a Holanda nas fases finais das grandes competições e estranhamos um pouco, obviamente. A Holanda já não tem uma série de jogadores como Wesley Sneijder e Arjen Robben, que nos habituámos a ver. A Holanda tem agora um treinador que vai apostar em novas ideias.”
Depois destes dois particulares, Portugal já tem agendados mais três: com a Tunísia (28 de maio), com a Bélgica (2 de junho) e com a Argélia (7 de junho). Depois será a sério, no Mundial 2018, onde o jogo de estreia será frente à poderosa Espanha.
Última derrota foi com a Suécia, no dia 28 de março de 2017, nos Barreiros. Portugal perdeu por 3-2, com um autogolo aos 90’+3’