Diário de Notícias

Estratégia com safety car vale a vitória a Vettel

Alemão da Ferrari surpreende­u Hamilton numa altura em que o britânico parecia ter a corrida controlada. Alonso foi quinto

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Vettel festeja no pódio ladeado por Hamilton (à esq.) e Räikkönen (à dir.)

NUNO FERNANDES A entrada do safety car virtual e a estratégia da Ferrari decidiram ontem o Grande Prémio da Austrália, que marcou a estreia da temporada de Fórmula 1, com o germânico Sebastian Vettel a vencer a corrida e a relegar Lewis Hamilton para o segundo lugar do pódio.

Depois de ter partido da segunda posição da grelha, o alemão da Ferrari sentiu dificuldad­es na primeira parte da corrida e viu Hamilton (Mercedes), campeão do mundo em título, e o colega Kimi Räikkönen afastarem-se. Tudo parecia conjugar-se para o triunfo do britânico... até que se deu o golpe de teatro. O Haas de Romain Grosjean parou com problemas e foi acionado o safety car virtual para o retirar da pista, obrigando a que por momentos fosse ativado o limite de velocidade máxima.

Foi então que, na volta 26, Vettel, numa grande jogada de estratégia, aproveitou o momento para parar nas boxes e saiu imediatame­nte a seguir como líder da prova, aproveitan­do o facto de o inglês não poder acelerar. Estupefact­o por ver o alemão à sua frente, Hamilton questionou via rádio a sua equipa. “Não me avisaram de que o Sebastian tinha ido às boxes? Cometi algum erro?”, perguntou o campeão do Mundo, que ficou sem resposta.

Com pneus novos, o alemão da Ferrari conseguiu segurar os ataques de Hamilton e não mais largou a primeira posição, festejando a primeira vitória da temporada, a 48.ª da carreira (a quarta em Melbourne) e o seu centésimo pódio.

“Não estivemos no ponto durante o fim de semana, mas esta vitória é um bom começo. Tivemos um pouco de sorte com a altura em que o safety car entrou”, assumiu Vettel, admitindo que teve “dificuldad­es na primeira parte da prova”.

Na hora da celebração, o vencedor fez questão de chamar ao pódio Iñaki Rueda, o espanhol chefe de estratégia da Ferrari que decide quando os carros devem parar nas boxes para trocar de pneus. E bem mereceu a ovação, poisVettel deve-lhe em grande parte este triunfo.

Hamilton não disfarçou o desgaste pela forma como perdeu a corrida. “Fiz tudo o que podia. Ainda não acredito bem porque não percebi ao certo o que aconteceu. Mas vou descobrir”, referiu, elogiando a prova dos Ferrari: “Eles foram muito, muito rápidos. Dei luta até final, mas eles estavam dentro do mesmo décimo. Cá no fundo sei que dei tudo neste fim de semana. Sei que a equipa está ferida nesta altura, mas vamos recuperar.”

No final da prova, TotoWolff, chefe da Mercedes, admitiu que pode ter existido um problema de software como explicação para o facto de a equipa não ter previsto queVettel iria sair na frente de Hamilton.“Julgo que a distância foi mal calculada pelo sistema. Uma luz verde é suficiente para sabermos que estamos na frente. Mas depois vimos na televisão que não era o bastante”, explicou.

A primeira corrida da temporada ficou ainda marcada pelo quinto lugar de Fernando Alonso, da McLaren (Stoffel Vandoorne foi nono), agora equipada com motor Renault: “Foi uma boa corrida. Temos potencial e aproveitám­os oportunida­des. Agora podemos defender-nos e atacar.” Este foi o melhor arranque da McLaren dos últimos quatro anos, quando em 2014 Kevin Magnussen e Jenson Button terminaram em segundo e terceiro.

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