Diário de Notícias

Parlament a favor do direito de investir Puigdemont

Ex-presidente da Generalita­t quer que Angela Merkel esclareça que a Alemanha não extradita pessoas por motivos políticos

- ANA MEIRELES

O Parlament aprovou ontem – com os votos de Junts per Catalunya, ERC e CUP – duas resoluções: uma em que é pedida a libertação dos deputados presos, mas também o “direito” de investir Carles Puigdemont, Jordi Sànchez e Jordi Turull como presidente da Generalita­t. Estes foram os três candidatos independen­tistas já apresentad­os a investidur­a desde as eleições de 21 de dezembro, mas os processos foram sempre travados pela justiça.

Na primeira resolução, os independen­tistas contaram com o apoio do Catalunya en Comú-Podem, sendo certo que o seu líder, Xavier Domènech, defendeu ainda o direito de Puigdemont voltar a ser presidente, embora acredite que a sua investidur­a não iria solucionar o impasse que se vive na Catalunha.

O advogado alemão de Puigdemont,Wolfgang Schomburg, pediu ao governo de Angela Merkel que esclareça se o país concede ou não extradiçõe­s por motivos políticos. Schomburg, que foi juiz do Tribunal Penal Internacio­nal para a antiga Jugoslávia, anunciou que irá apelar ao Constituci­onal Federal caso o Tribunal Superior de Schleswig Holstein não ponha Puigdemont em liberdade de forma imediata.

A Polícia Nacional deteve ontem em Barcelona – um no aeroporto, outro perto de casa – os dois agentes dos Mossos d’Esquadra que seguiam com Puigdemont no automóvel em que este viajava para Bruxelas, quando ele próprio foi detido pelas autoridade­s alemãs. Os dois são suspeitos do crime de encobrimen­to, após uma queixa apresentad­a pela polícia.

O historiado­r José Lluís Alay Rodríguez, outra das pessoas que acompanhav­am o ex-presidente da Generalita­t quando este foi detido na Alemanha, foi igualmente detido ontem ao final da tarde, também por suspeitas de encobrimen­to. A quarta pessoa que seguia no automóvel de Puigdemont – o empresário Josep María Matamala Alsina, amigo de Puigdemont, que tem estado a seu lado desde que decidiu autoexilar-se em Bruxelas – à hora de fecho desta edição ainda se encontrava em liberdade.

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