“Futebol português caminha para o isolamento”
› “Sinceramente, não me lembro de algo tão mau. Talvez um psicólogo explicasse melhor do que um treinador. Eu nunca vi um futebol português tão bom e tão mau. Somos campeões da Europa, temos o melhor agente e o melhor jogador do mundo, num país tão pequeno temos coisas tão valiosas, mas sem respeito por aquilo e um marketing e uma comunicação má na generalidade. O futebol português caminha para o isolamento da forma como está, com os grandes promotores a fugir de Portugal, porque não se querem associar a um futebol tão negativista, tão maltratado. É impossível como treinador desligarmo-nos deste clima, ninguém gosta de ver o nome do clube sempre na lama. Isso mexe com o trabalho diário e, apesar de não chegar diretamente ao balneário, não é fácil fugir disso. Blindar o balneário é uma tretazinha, por isso tenham vergonha e parem com isso! Os dirigentes podem e devem ser exemplo, quando os exemplos negativos vêm de cima, não condenem depois só os de baixo... É preciso leis mais duras e mais rapidez nas decisões e que as façam cumprir com paridade. A maior parte das vezes são leves e dão para contornar, como se diz à boca grande. Eu não concordo com castigos tipo rebuçado, ou são castigos ou não servem para nada. Parece que inventámos novas metodologias: a desculpabologia, há sempre desculpa, a queixologia, toda a gente se queixa, e a achatologia, toda a gente acha alguma coisa sobre tudo.”