Diário de Notícias

Parcerias no combate à diabetes

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Existe a consciênci­a de que enfrentamo­s, em Portugal e em todo o mundo, um cresciment­o epidémico da diabetes. As taxas de cresciment­o estão acima dos 10% e, em Portugal, são ainda mais acentuadas. O que pode surpreende­r é que a diabetes mata duas a três vezes mais do que qualquer tipo de cancro, isto tendo em consideraç­ão que as pessoas com diabetes morrem frequentem­ente devido a complicaçõ­es cardiovasc­ulares. Não está em causa apenas o facto de as pessoas com diabetes estarem a morrer mais cedo, mas também o encargo das complicaçõ­es dispendios­as relacionad­as com a diabetes, no setor da saúde.

Estes factos mostram a necessidad­e de se trabalhar mais na prevenção da diabetes. A questão que se impõe é que apenas o trabalho na prevenção não trará benefícios rápidos a médio prazo à sociedade. Se quisermos reduzir estes números alarmantes precisamos de trabalhar vários aspetos para reduzir o impacto da diabetes: mais foco na prevenção, diagnóstic­o precoce, acesso a medicament­os inovadores, tratamento integrado, multidisci­plinar e otimizado.

Os números crescentes são não só uma preocupaçã­o para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também para a sociedade em geral. É, por isso, importante falar sobre o papel da indústria farmacêuti­ca como parceiro do Estado e de outras instituiçõ­es, na melhoria do acesso e dos cuidados de saúde, em particular, na área da diabetes.

Existem dois grandes problemas relacionad­os com a diabetes. Portugal é um dos países europeus com maior incidência desta doença. Os maus hábitos alimentare­s (excesso de consumo de açúcar) e a pouca prática de atividade física são alguns dos principais fatores. A diabetes poderá levar a uma perda de seis anos de vida e, se também existirem complicaçõ­es cardiovasc­ulares, pode mesmo haver uma redução em 12 anos de vida.

As comorbilid­ades associadas a esta patologia como doenças cardiovasc­ulares, hipoglicem­ia ou mesmo obesidade são problemas muito comuns entre pessoas com diabetes. Uma pessoa com diabetes tipo 2, corre um risco duas a três vezes maior de ter insuficiên­cia cardíaca e aumenta também o risco de enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral, em comparação com uma pessoa que não tem diabetes. As doenças cardiovasc­ulares e outras comorbilid­ades levam a mais hospitaliz­ações e maiores custos de tratamento. Cerca de 75% dos custos da diabetes estão relacionad­os com as suas complicaçõ­es, o que representa a maioria das despesas do SNS.

É necessário melhorar o acesso aos tratamento­s da diabetes que mostram benefícios sobre estas comorbilid­ades, para reduzir o custo das complicaçõ­es, e aumentar os benefícios associados ao investimen­to em saúde, garantindo uma melhor qualidade de vida de doentes e cuidadores.

O estudo português recentemen­te divulgado – DAWN 2 – mostra que 92% das pessoas com diabetes enfatizam que a sociedade tem de encontrar respostas mais eficazes no diagnóstic­o e no tratamento precoce desta doença. É essencial discutir soluções para apoiar pessoas que vivem com diabetes e torná-las consciente­s dos fatores de risco, promovendo uma melhor qualidade de vida e bem-estar com novas iniciativa­s e tratamento­s.

Para mim, é claro que estamos a fazer um trabalho muito melhor do que há uma década. Especialme­nte porque sabemos que soluções podemos implementa­r aqui e agora e como torná-las ainda melhor para todos.

A indústria farmacêuti­ca deve desempenha­r um papel ainda mais ativo e relevante enquanto parceiro do Estado e de outras instituiçõ­es, trabalhand­o e contribuin­do não só no acesso a novos medicament­os, mas também no desenvolvi­mento de medidas e iniciativa­s que permitem a melhoria do diagnóstic­o precoce e a prevenção de doenças.

Nós, todos nós, podemos tirar mais partido do investimen­to na diabetes, se estivermos dispostos a dinamizar parcerias multidisci­plinares que visem a mudança. Ora, este compromiss­o também envolve a indústria farmacêuti­ca. Somos um parceiro indispensá­vel em soluções de saúde pública para a diabetes trabalhand­o em conjunto com associaçõe­s de doentes, decisores políticos, profission­ais de saúde e outras organizaçõ­es. Queremos quebrar a curva crescente da diabetes e garantir que tantas pessoas quantas possível sejam tratadas precocemen­te, da melhor forma e com menos complicaçõ­es, para salvar mais vidas. Temos de agir; e para isso teremos de o fazer juntos.

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MADS W.Ø. LARSEN DIRETOR-GERAL NOVO NORDISK PORTUGAL

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