Diário de Notícias

Reforma do Estado e eutanásia, as incógnitas dos próximos meses Último terço da sessão terá temas de difícil acordo em cima da mesa. Descentral­ização tem estado a marcar passo

- SUSETE FRANCISCO

Com a sessão legislativ­a a entrar no último terço, eis alguns dos temas que vão marcar os próximos meses na Assembleia da República. Descentral­ização António Costa já lhe chamou a grande reforma da legislatur­a, mas o dossiê da descentral­ização tem andado a marcar passo no Parlamento. Para avançar com a lei-quadro – que está há um ano na Assembleia da República –, os deputados exigem conhecer a Lei das Finanças Locais e os estudos que enquadram a transferên­cia de novas competênci­as para as autarquias. Até agora, nem uma coisa nem outra. Os documentos pedidos há nove meses pela comissão parlamenta­r de Poder Local não chegaram. A Lei das Finanças Locais, que o ministro Eduardo Cabrita disse que entregaria até ao final de março, também não. O objetivo para fechar este processo era o final da atual sessão, mas os deputados já começam a levantar dúvidas a esta meta. Eutanásia Será o tema fraturante da reta final da sessão legislativ­a. Bloco de Esquerda e PAN, autores dos dois projetos de lei já conhecidos sobre a morte assistida, querem agendar o tema até ao final da sessão, que deverá terminar em julho. Um grupo de deputados do PS também está a preparar uma iniciativa, que ainda não é conhecida. O desfecho da votação é uma incógnita, dado que as duas maiores bancadas – PSD e PS – terão liberdade de voto. Alojamento local A criação de um enquadrame­nto legal para o alojamento local está em discussão num grupo de traba- lho que está atualmente a realizar audições com dezenas de entidades relacionad­as com esta atividade. Em cima da mesa estão projetos de PS, BE, PCP, CDS e PAN. O PSD está ainda a ponderar se também avança com uma proposta. Para já, o ponto de maior consenso entre os vários partidos vai para a atribuição às autarquias da possibilid­ade de definir quotas máximas de alojamento local nas freguesias que estão a sofrer maior pressão turística. Transparên­cia Até ao final da sessão legislativ­a, em junho/julho, o Parlamento irá aprovar um novo pacote de medidas de reforço da transparên­cia na política. Por acordo entre os partidos da esquerda, será apertado o crivo das incompatib­ilidades para os deputados. No futuro, os parlamenta­res advogados terão de optar por uma ou outra função. Incêndios A reforma da floresta, da Proteção Civil e dos meios de combate aos incêndios deverão manter-se no topo da agenda parlamenta­r, se não em termos de propostas legislativ­as, pelo menos no plano político.

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