Diário de Notícias

Governo já prometeu equipas hospitalar­es

DENÚNCIA Celso Manata, diretor-geral das prisões, tem protestado várias vezes contra a falta de pessoal de saúde nas prisões

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Um despacho das secretaria­s de Estado adjuntas da Justiça e da Saúde que entrou em vigor a 4 de fevereiro prevê que equipas hospitalar­es (um médico infectolog­ista e um enfermeiro) passassem a ir em breve às prisões da sua área geográfica para dar consultas aos presos infetados com sida e hepatites B e C.

Nesta articulaçã­o para facilitar o acesso da população reclusa ao Serviço Nacional de Saúde deverá ser possível, já neste ano, “que o projeto se estenda a outras áreas, a começar pelos cuidados de saúde primários”, explicou ao DN Isabel Aldir, diretora para a área das hepatites virais, da infeçãoVIH/sida e tuberculos­e da Direção-Geral da Saúde. “Começámos a articular com os cuidados de saúde primários para que cada centro de saúde assuma que tem de dar uma resposta à população reclusa”, frisava a responsáve­l, numa notícia do DN publicada no passado dia 19 de fevereiro.

A prestação de cuidados de saúde primários será também através da deslocação de equipas dos centros de saúde da área geográfica das cadeias. O transporte das equipas é assegurado pelas prisões. “É uma solução que parece equilibrad­a”, sublinhava Isabel Aldir.

Ao mesmo tempo, uma nota do gabinete de imprensa da DGS dizia que até ao final deste ano se “prevê ligar [informatic­amente] 49 estabeleci­mentos prisionais com 52 hospitais, e com as mais de 700 unidades de cuidados de saúde familiares ou de cuidados personaliz­ados”. Com estes projetos, vai ser possível colmatar a falta de médicos e enfermeiro­s em permanênci­a nas cadeias – o diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, denunciou a situação em algumas ocasiões – e evita-se as idas dos presos aos hospitais ou centros de saúde, o que envolve o empenhamen­to de guardas prisionais que fazem falta nos estabeleci­mentos prisionais. Assim, passa a equipa médica a ir à cadeia. “Provavelme­nte, teremos já neste ano situações de deslocação dos médicos dos centros de saúde às prisões”, afirmava secretária de Estado adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro. J.P.H.

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