António Costa não parece ter pressa. A escolha do partido só deverá ser anunciada em janeiro de 2019, numa convenção europeia
está na corrida – mas nesta altura, a mais de um ano das eleições, ninguém verdadeiramente poderia assumir o contrário. Rumar ao Parlamento Europeu implicaria ter de deixar o cargo de secretária-geral adjunta do PS. E, nessa medida, significaria também uma importante perda de poder interno.
O PS é, no quadro dos partidos com assento na Assembleia da República, a única verdadeira grande incógnita quanto à escolha do ca- Costa terá até lá de decidir o que fazer com Francisco Assis, o cabeça-de-lista cuja vitória “poucochinha” nas europeias de 2014 o levou a pôr em causa – com sucesso – a liderança de António José Seguro.
Depois disso, Assis criticou duramente a “aliança” que o PS fez com os partidos à sua esquerda e que permitiram a António Costa ser primeiro-ministro mesmo não tendo vencido as legislativas de 2015. Mas recentemente acrescentou que, quanto às questões europeias, nada verdadeiramente o separa do primeiro-ministro, pelo que está disponível para ser recandidato.
Até agora, o único partido a revelar o seu cabeça-de-lista foi o CDS-PP. A escolha de Nuno Melo foi anunciada por Assunção Cristas no congresso do partido, há três semanas, em Lamego
A pressa do CDS não acelerou no entanto os outros partidos. Nenhum definiu calendários. Mas as escolhas, de facto, estão feitas. Paulo Rangel será, se quiser; Marisa Matias, no BE, também (embora tenha um perfil político muito mais europeísta do que o da direção do partido); e João Ferreira tem dado à CDU sucessivos bons resultados, tanto nas europeias como nas autárquicas (Lisboa). Marinho Pinto, a grande surpresa de 2014, já disse numa entrevista à Renascença que o seu prazo como político “está a chegar ao fim”.