Papa Francisco pede fim da “carnificina na Síria mártir”
das estavam preparadas para lançar hoje um assalto total às posições dos rebeldes se estes não aceitassem retirar-se.
Ainda no sábado, a televisão estatal difundira imagens de militares do regime a percorrer os territórios até há pouco na posse dos rebeldes, cantando canções de louvor a Assad.
O revés agora sofrido pelas milícias rebeldes é, de facto, após a perda da cidade de Aleppo, uma importante derrota e mostra como a sua divisão e antagonismo têm sido usados pelo governo de Damasco para, de forma faseada, ir recuperando o controlo do país. Desde 2015 que o regime de Assad passou à ofensiva e, em particular graças ao apoio da aviação russa, inverteu o curso da guerra e reconquistou mais de metade da Síria, principalmente quase todos os principais centros urbanos.
A guerra civil na Síria já provocou entre 350 mil e 500 mil mortos, consoante as fontes. Quase seis milhões deixaram o país e outros seis milhões são deslocados internos. No início do conflito, em 2011, a população total era de 20,8 milhões. VATICANO O Papa Francisco pediu ontem o fim da “carnificina na Síria mártir” e apelou “à reconciliação na Terra Santa” na sua mensagem durante a celebração da Páscoa na Praça de São Pedro, em Roma.
Na mensagem em que a conjuntura internacional foi dominante, e que foi lida antes da tradicional bênção Urbi et Orbi, o Papa pediu a paz no mundo, “a começar pela bem-amada e atormentada Síria, cujo povo está esgotado por uma guerra que parece não ter fim”. Francisco instou “todos os responsáveis políticos e militares” a porem “imediatamente termo ao extermínio em curso, que respeitem o direito humanitário” e facilitem o acesso à ajuda de que o povo sírio precisa com urgência. Referiu também a necessidade de garantir as condições adequadas para o regresso “de todos aqueles que foram dispersos”.
O Papa apelou “à reconciliação na Terra Santa, ferida neste momento por conflitos abertos que não poupam os indefesos”. Referência aos confrontos entre manifestantes palestinianos e os militares israelitas registados na sexta-feira na fronteira de Gaza e que fizeram 16 mortos e mais de 1400 feridos.
O Papa encorajou igualmente o diálogo em curso na Península Coreana, que assinala um momento de apaziguamento após quase dois anos de escalada de tensões, devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte de Pyongyang e à retórica do regime norte-coreano e do presidente Donald Trump. “Deixem aqueles que têm responsabilidades diretas agir com sabedoria e discernimento para promover o bem do povo coreano e construir confiança na comunidade internacional”, acrescentou. Está prevista uma cimeira intercoreana no final do mês e um encontro entre Trump e o líder do regime, Kim Jong-un, algures em maio.