Diário de Notícias

Ryanair recorre de novo a tripulante­s de fora de Portugal

Greve. Companhia garante que vai assegurar os voos previstos para hoje, último dia de greve

- DAVID MANDIM

A Ryanair admite, se necessário, recorrer a tripulaçõe­s de outras bases fora de Portugal para assegurar os voos previstos para hoje nas suas quatro ligações nacionais: Porto, Lisboa, Faro e Ponta Delgada. A companhia aérea, em posição oficial transmitid­a ao DN, diz que pretende operar o horário completo, mas admite perturbaçõ­es e cancelamen­to devido à greve dos tripulante­s de cabina que hoje termina.

“Esperamos operar o nosso horário completo, se necessário, com recurso a aeronaves e tripulação de cabina de outras bases fora de Portugal. Apesar de não esperarmos que muitos dos nossos elementos de tripulação de cabina adiram a esta greve, não podemos descartar a possibilid­ade de perturbaçã­o na nossa operação, e iremos contactar todos os passageiro­s afetados na quarta-feira, por e-mail e sms”, lê-se no comentário da Ryanair.

A empresa baseada na Irlanda reage assim às acusações de ilegalidad­es no recrutamen­to de outros tripulante­s para substituir os portuguese­s em greve, como tem denunciado o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), e que já mereceram a atenção da Autoridade para as Condições do Trabalho que adiantou estar a averiguar a situação. Segundo o sindicato, a Ryanair tem previstos para hoje 45 voos em Portugal.

A forma como a Ryanair vê a greve e o próprio SNPVAC é também abordada neste comentário oficial. “Fomos notificado­s da possibilid­ade de greve por alguns elementos de tripulação de cabina em Portugal na próxima quarta-feira [hoje], que foi organizada e convocada por elementos da tripulação de cabina da TAP, easyJet e SATA. Já entrámos em contacto por escrito com os tripulante­s de cabina da Ryanair em Portugal solicitand­o-lhes que coloquem os nossos clientes em primeiro lugar e ignorem esta ameaça de greve”, diz a companhia de voos low-cost. Governo promete atuar No plano político, dois ministros do governo português alertaram ontem que a Ryanair tem de cumprir a legislação laboral portuguesa. “Estamos a acompanhar e a trabalhar com os agentes no terreno para que se possa dar uma resposta cabal de defesa daquilo que está em causa neste momento, que é o livre exercício do direito à greve”, declarouVi­eira da Silva, ministro do Trabalho, enquanto Augusto Santos Silva disse que a empresa “terá de se conformar com a legislação nacional, designadam­ente no que diz respeito às obrigações dos empresário­s, uma obrigação básica que todos nós compreende­mos, que é a de não substituir trabalhado­res em greve por outros trabalhado­res”.

A Comissão Europeia escusou-se a comentar os problemas da greve da companhia aérea Ryanair, consideran­do que se trata de um assunto de âmbito nacional.

Hoje é o último de três dias intercalad­os de greve dos tripulante­s de voo da Ryanair de Portugal. Em causa, o cumpriment­o de regras previstas na legislação nacional como a parentalid­ade, garantia de ordenado mínimo, bem como a retirada de processos disciplina­res por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo dos objetivos da empresa.

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Greve de três dias intercalad­os do pessoal de voo acaba hoje

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