O assassínio do “Dr. Luther King” na primeira página do DN
JORNAL Da morte do ativista dos direitos cívicos aos confrontos que se lhe seguiram e até ao seu funeral, todos estes eventos tiveram destaque no DN
Entre uma sondagem sobre as presidenciais americanas, uma notícia sobre as negociações entre os EUA e o Vietname e uma outra sobre manifestações de estudantes no Brasil, a morte de Martin Luther King surge no canto inferior esquerdo da primeira página do DN de 5 de abril de 1968. “Assassinado o Dr. Luther King” lê-se na chamada que, devido à diferença horária, remete para as Últimas Notícias na página 5. Aí se explica que o “prémio Nobel da Paz e defensor da integração foi morto a tiro”. Explica-se que o presidente Lyndon Johnson adiou uma visita ao Havai, lembra-se que Luther King já fora alvo de ameaças e atentados e destacam-se os “primeiros distúrbios em consequência do crime”.
Nos dias seguintes, a morte de Luther King continua a ter destaque nas páginas do DN, onde se fala de “tumultos em todo o país”, e Manuel L. Rodrigues escreve uma Crónica deWashington. O assassino é descrito como “um branco de nariz pontiagudo” e “sorriso estúpido” e Washington como estando em “estado de sítio” após a morte do pastor batista. Com a cerimónia de entrega dos Óscares adiada, no dia 9 o DN fala na diminuição da tensão racial e no dia seguinte destaca os 150 mil participantes no funeral de Luther King, com Jaqueline Kennedy “ao lado da viúva” e Bob Kennedy “em mangas de camisa, atrás do féretro”. No mesmo dia publica um artigo de opinião de Ferdinand Otto Miksche intitulado “O fardo do homem branco”. H.T.