QUATRO DIAS DE FESTIVAL DA EUROVISÃO ESGOTAM HOTÉIS EM LISBOA
Turismo. Festival vai trazer à cidade mais de 27 mil turistas em maio, metade dos que passaram pela Web Summit em novembro. Grupos hoteleiros esperam ainda maior impacto a médio prazo
São esperados na cidade mais de 27 mil turistas entre 8 e 12 de maio, quase 40% mais do que os que por aqui passaram há um ano.
Falta pouco mais de um mês para o Festival Eurovisão 2018 e os principais hotéis de Lisboa estão quase esgotados. Para o evento, que decorre entre 8 e 12 de maio, são esperados perto de 27 mil turistas, a que se somam 1500 pessoas das 42 delegações representadas no festival e igual número de jornalistas. Para se ter uma ideia do alcance internacional e do impacto no turismo, os números equivalem a cerca de metade dos recordes alcançados durante a última Web Summit, que aqui trouxe mais de 50 mil pessoas de 170 países.
Agora, durante os quatro dias de maio, prevê-se que Lisboa vá receber mais 37% de visitantes estrangeiros do que no mesmo período do ano passado, revela um relatório da eDreams, agência internacional de viagens online. Um número bastante superior à subida de 20% que registou Kiev no ano passado, quando recebeu o festival.
O estudo adianta que a principal origem dos voos é França, representando 29,2% dos passageiros com reservas para essa semana. Alemanha é a segunda origem (18%) e Espanha (10%) completa o top 3. Dado o crescimento da procura, as companhias aéreas aumentaram em 18% os preços médios dos voos para Lisboa.
Fenómeno idêntico sucedeu com o alojamento. O Tivoli Oriente, do grupo Minor Hotels, é um dos hotéis oficiais da Eurovisão e está “praticamente lotado durante a semana em que se realiza o festival”, adianta Rui de Sousa, diretor regional. Com taxas de ocupação próximas dos 100% estão também os dois hotéis do mesmo grupo na Avenida da Liberdade. Rui de Sousil sa reporta um crescimento do preço médio por quarto de 15%, face ao mesmo período do ano passado, que justifica pela realização do evento mas também pelas renovações recentes dos hotéis.
Também os hotéis da Vila Galé estão a registar “alguma recuperação do preço médio”, diz fonte oficial do grupo, que admite “dever-se à realização do festival”. Os quatro hotéis Vila Galé na Grande Lisboa estão com um bom ritmo de reservas, o que perspetiva “uma ocupação próxima de 100% na semana em que acontece o Festival da Eurovisão”. O Iberostar Lisboa, primeiro da Iberostar Hotels & Resorts no país, começou logo em agosto do ano passado a aceitar reservas para o período da Eurovisão. A taxa média de ocupação prevista ultrapassa já os 81% e as reservas são sobretudo de hóspedes vindos de França (18%), Espanha (16%) Bra- (12%), Alemanha (7%) e Reino Unido (5%), diz o grupo. Evento para o futuro Há aqui também uma visão a longo prazo da oportunidade que perdura para além do evento. Com “ocupações altas, em linha com o ano passado”, o grupo Pestana – maior grupo hoteleiro português –, por exemplo, acredita que a Eurovisão é “muito interessante, mas o verdadeiro impacto que terá no turismo não será no imediato mas no futuro”.
Paula Oliveira, diretora executiva da Associação de Turismo de Lisboa, estima que estarão em Lisboa nesses dias “25 a 27 mil turistas, que vêm mesmo para seguir a iniciativa”. E realça que, mais do que o impacto imediato, a Eurovisão 2018 “irá criar um buzz” que se espalhará no tempo e se juntará à dinâmica provocada pela realização da Web Summit, da Volvo Ocean Race, de congressos internacionais e outros eventos de dimensão.
O festival deverá ser acompanhado por mais de 200 milhões espectadores e é nesse universo que se depositam as maiores expectativas para desenvolvimento do turismo em Lisboa e no país. Os grupos hoteleiros são unânimes em reconhecer as potencialidades a curto e médio prazo. Como explica a Vila Galé, “a realização destes grandes eventos em Lisboa tem um efeito muito positivo, porque a grande visibilidade e cobertura mediática contribuem fortemente para a divulgação da cidade – e até do país”.