EUA admitem negociar com China sobre relação comercial
Bolsas tremeram após a resposta de Pequim às tarifas dos EUA. Washington abre a porta a negociações
TENSÃO A resposta forte da China às tarifas que os EUA planeiam impor às importações fizeram tremer as bolsas. Mas alguns responsáveis da Casa Branca indicaram que Washington não quer partir para uma guerra comercial, referindo que as medidas planeadas fazem parte de uma estratégia negocial.
O secretário de Estado do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, considerou, numa entrevista à CNBC, que a reação de Pequim era esperada e deixou a porta aberta ao início de negociações. Também Larry Kudlow, um dos principais conselheiros económicos de Trump, referiu, citado pela Reuters, que “estamos na fase inicial de um processo que inclui tarifas e depois decisões definitivas e negociações. Existem já canais de conversações abertos”.
Estas garantias colocaram alguma água na fervura nas bolsas. Depois de terem estado a perder mais de 1,5% na sessão de ontem, as ações americanas recuperaram após os comentários daqueles responsáveis. Subiam mais de 0,70% à hora de fecho desta edição. Já as bolsas europeias não foram a tempo de sair de terreno negativo, encerrando com descidas de entre 0,20% e 0,40%. Wilbur Ross disse não perceber os receios dos investidores, já que as tarifas anunciadas não têm grande impacto económico e já tinham sido sinalizadas.
O nervosismo tinha aumentado depois de o Ministério do Comércio da China ter indicado que estava “a preparar medidas na mesma força e extensão contra produtos dos Estados Unidos”. Washington prepara sobretaxas aduaneiras em 1300 produtos chineses que representam um volume de importações de 50 mil milhões de dólares. Pequim promete responder com restrições a mais de cem produtos americanos que representem importações do mesmo valor.
No Twitter, Trump escreveu que “não estamos numa guerra comercial com a China porque essa guerra foi perdida há muitos anos”. Mas sublinhou o défice comercial de 500 mil milhões que os EUA têm com a segunda maior economia do mundo, defendendo que “não podemos deixar que isso continue”. R.B.