Diário de Notícias

O caso dos do Benfica, polémicas com Liga e FPF e expulsão de ex-presidente­s marcaram um mandato cheio de casos

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NUNO FERNANDES Discursos inflamados, mensagens polémicas nas redes sociais, guerras constantes contra clubes, comunicaçã­o social, ex-dirigentes leoninos, empresário­s, fundos de investimen­to, arbitragen­s, órgãos do futebol português – a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol – e outras entidades como o Instituto Português do Desporto e Juventude foram a imagem de marca de Bruno de Carvalho desde que foi pela primeira vez eleito presidente do Sporting em março de 2013. Ontem terá tomado a medida mais impopular de sempre, ao suspender a grande maioria dos jogadores do plantel principal.

A 7 de fevereiro de 2011, então praticamen­te desconheci­do, surgiu pela primeira vez como candidato às eleições, perdendo para Godinho Lopes numa votação polémica que obrigou à recontagem dos votos. Dois anos depois, o adepto fanático, formado em Gestão no ISG, em Lisboa, que tinha sido membro da Juve Leo, voltou a candidatar-se aproveitan­do as eleições antecipada­s com a demissão de Godinho Lopes. A 7 de março de 2013 é eleito presidente, batendo nas urnas José Couceiro e Carlos Severino, com 53,69% dos votos, e avança desde logo com a reestrutur­ação financeira da SAD, abrindo caminho à entrada de investidor­es como a empresa Holdimo.

Desde o início que a sua gerência ficou marcada pela rutura com o sistema e com os anteriores moldes de governação do clube, com um discurso populista capaz de cativar as massas. Com guerras abertas contra todos aqueles (pessoas ou instituiçõ­es) que ousavam “meter-se” com o Sporting. Logo em junho de 2013 cortou relações institucio­nais com o FC Porto por considerar que foi desrespeit­ado por Adelino Caldeira, administra­dor dos dragões, que o deixou de mão estendida num jogo de andebol.

O ano de 2014 fica marcado pelo lançamento da Sporting TV, uma das promessas eleitorais e também pelo regresso do hóquei em patins ao clube. Mas é também em 2014 que abre uma guerra contra o fundo de investimen­to Doyen, rompendo o contrato e ficando com a quase totalidade do dinheiro da transferên­cia de Marcos Rojo para o Manchester United. Processo este que, em 2016, viria a perder em tribunal, que obriga o clube a pagar 12 milhões de euros ao fundo. A 10 de fevereiro de 2015, o Sporting anuncia um corte de relações institucio­nais com o Benfica, no seguimento de desacatos num dérbi de futsal, e Bruno de Carvalho começou aqui uma grande cruzada contra o clube da Luz, apelidando Luís FilipeViei­ra de “futuro papa do futebol português”.

A guerra contra o Benfica tem o maior epicentro em outubro de 2015, quando o presidente do Sporting, num programa da TVI, denuncia aquele que ficou conhecido por caso dos vouchers, revelando ofertas do clube da Luz a árbitros e acusando o rival de corrupção.

Mas meses antes, a 5 de junho de 2015, foi responsáve­l por uma das maiores transferên­cias do futebol português, ao garantir Jorge Jesus para treinador oferecendo um contrato milionário ao técnico que assim não renovou pelo Benfica. É também em junho que decreta a expulsão de sócio do ex-presidente Godinho Lopes, acusando-o de “infrações disciplina­res muito graves para a imagem e o património” do clube. O ano terminou com a oficializa­ção de um contrato milionário com a NOS, até 2028, que permite aos leões um encaixe de 515 milhões até ao final do vínculo.

O ano de 2016 ficou marcado pelo famoso episódio da cuspidela ao presidente do Arouca, Carlos Pinho, nos corredores do Estádio José Alvalade. O líder leonino sempre defendeu que apenas expeliu fumo do seu cigarro eletrónico, mas acabou por ser castigado pelo Conselho de Disciplina da FPF com seis meses de suspensão.

A 5 de março de 2017 é reeleito pelos sócios do Sporting para um segundo mandato, vencendo nas urnas Pedro Madeira Rodrigues com uma vantagem esmagadora de 86,13% dos votos. É também neste ano, em maio, que leões e dragões reatam relações institucio­nais e que inaugura uma das obras mais marcantes do seu mandato: o Pavilhão João Rocha, que passa a ser a casa das modalidade­s.

Já neste ano conquistou o terceiro título no futebol (os anteriores foram a Taça de Portugal em 2015 e a

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