Rede de inserção profissional cria dez gabinetes em associações
Elaboração de currículos, aprendizagem de técnicas de entrevista e procura de emprego são os serviços de apoio dos gabinetes
EMPREGO O Alto Comissariado para os Migrantes (ACM), em colaboração com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), apoiou a criação de uma rede de dez Gabinetes para a Inserção Profissional (GIP), que já levaram à colocação de 1537 pessoas desde 2009 no mercado de trabalho. A estes juntam-se mais 300 através do Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) de Lisboa, Norte e Algarve.
Os GIP funcionam em todo o país , por iniciativa das associações das comunidades de imigrantes e da sociedade civil, que se candidatam à sua abertura e à obtenção de apoios, nomeadamente administrativo. O principal objetivo é o apoio na procura de emprego, ajudando os imigrantes a adequar às suas capacidades e habilitações à oferta no mercado laboral.
Existe, também, o Gabinete de Apoio ao Emprego (GAE) no Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes, em Lisboa, no Norte e no Algarve. No ano passado, efetuaram 5097 atendimentos e que resultaram em 300 colocações no mercado de trabalho. Lisboa recebeu grande parte das pessoas: 3722.
A Casa do Brasil, em Lisboa, é uma das associações que têm em funcionamento um GIP, desde 2009, ano em que estes começaram a ser criados. Está afeto ao IEFP das Picoas e também integra a Redemprega Centro Histórico.
Os técnicos elaboram currículos, ensinam técnicas de procura e de entrevista para a obtenção de emprego, divulgam e encaminham para as ofertas existentes no mercado. Fazem ainda a divulgação e o encaminhamento para medidas de apoio ao empreendedorismo, emprego e formação, além dos programas comunitários que promovam a mobilidade no emprego e na formação profissional no espaço europeu.
Em dez anos, inscreveram-se 2739 pessoas no gabinete da Casa do Brasil, “o que não significa que todas continuam à procura de emprego ou que residam ainda em Portugal. Além dos que, por terem adquirido a nacionalidade portuguesa, já não contam como imigrantes”, esclarece Patrícia Brederode, uma das técnicas.
Os brasileiros são maioritários naquele apoio, mas os serviços são também procurados por oriundos de Nepal, Paquistão, Índia, etc.
Em relação à comunidade brasileira, “não há áreas de colocação que se destacam visto que essa comunidade tem uma diversidade de competências profissionais muito expressiva, com grande presença de licenciados (engenheiros, informáticos, jornalistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas da fala, professores, advogados, arquitetos etc), além de estudantes de mestrado e doutoramento cujo número tem vindo a crescer”, diz Patrícia Brederode.
Aquela é uma situação diferente da verificada entre os utentes da rede Rede GIP Imigrante. Estes têm promovido a colocação maioritariamente nas áreas da restauração e hotelaria, vendas, serviços, indústria, agricultura, cabeleireiro e estética, construção civil e limpezas. As principais nacionalidades estrangeiras atendidas nos GIP são brasileira, guineense, cabo-verdiana, ucraniana e são-tomense, informa o ACM.