Diário de Notícias

Ex-espião melhora, mas não as relações com a Rússia

Antigo agente duplo já não está em estado grave. Londres recusa visto de entrada a sobrinha do russo

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CASO SKRIPAL Mais de um mês depois de ter sido envenenado por um agente nervoso, o antigo coronel e agente duplo russo Sergei Skripal já não está em estado grave e a sua saúde está a melhorar rapidament­e, anunciou o hospital de Salisbury.

Skripal, de 66 anos, traiu dezenas de agentes russos ao serviço do Reino Unido, pelo que foi detido e condenado a 13 anos de prisão. Ao fim de quatro anos, em 2010, foi libertado numa troca de espiões da Rússia com os Estados Unidos. Em 4 de março foi encontrado inconscien­te num banco de jardim em Salisbury, cidade do Sul de Inglaterra, juntamente com a filha Iulia.

Após semanas sem relatos de mudanças na sua condição clínica, e um dia após os media russos terem noticiado um telefonema da filha Iulia à prima Viktoria, no qual anunciou que estava quase a sair do hospital e que o pai estava melhor, o hospital confirmou que Sergei Skripal está a registar rápidas melhoras.

“Está a responder bem ao tratamento, a melhor rapidament­e e não está mais em estado grave”, informou Christine Blanshard, diretora médica do Hospital Distrital de Salisbury, em comunicado.

Já a sua sobrinha viu o visto de entrada no Reino Unido ser negado. À Sky News, Viktoria disse não ter ficado surpreendi­da com a decisão das autoridade­s britânicas. “Tinha a certeza de que isto iria acontecer. Eles [os britânicos] devem ter algo a esconder”, afirmou. Viktoria crê que os seus familiares simplesmen­te “comeram algo de errado no pub” em que estiveram antes de terem colapsado no banco de jardim.

“Recusámos o visto de visitante deViktoria Skripal porque a sua inscrição não estava de acordo com as Regras de Imigração”, disse um porta-voz do Ministério do Interior.

Na quinta-feira à noite, os embaixador­es da Rússia e do Reino Unido nas Nações Unidas trocaram acusações e citações de Alice

“Dissemos aos nossos colegas britânicos que estão a brincar com o fogo e que se arrepender­ão”, disse o diplomata Vassily Nebenzia. C.A.

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