Diário de Notícias

Organizaçã­o Sindical dos Polícias: 80% não têm folgas

O mais recente sindicato da PSP não está incluído nas 36 mil folgas sindicais gozadas pelos dirigentes em 2017

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ESCLARECIM­ENTO O presidente da Organizaçã­o Sindical dos Polícias (OSP), Jorge Rufino, garante que “cerca de 80%” dos dirigentes desta estrutura “não gozam de créditos sindicais” e refuta “qualquer benefício” em relação aos 36 mil dias de folgas utilizadas pelos sindicatos da PSP em apenas um ano. O DN noticiou que a PSP já tem 16 sindicatos e que “os dirigentes somam 36 mil dias de folga”, o que Jorge Rufino contesta. “A OSP só foi criada em fevereiro de 2018 e o número de créditos diz respeito ao ano de 2017, o que torna impossível que os nossos dirigente façam parte do total de folgas referido.”

Este dirigente sindical atualiza outra informação publicada no quadro que acompanhav­a o texto do DN: a de que a OSP tinha mais dirigentes do que associados. De acordo com a Direção Nacional da PSP, esta estrutura tinha, à data da recolha de informação (28 de março) 459 dirigentes e delegados e 451 sócios. O presidente da OSP refere que “neste momento o número de sócios supera os 600”.

Jorge Rufino reconhece que “têm existido alguns abusos” por parte de “alguns sindicatos”. “Seria interessan­te averiguar quais as estruturas sindicais que gozaram mais dias e depois ver se o gozo efetivo das folgas sindicais é proporcion­al no número de dirigentes e delegados”, sublinha.

Um dos objetivos da direção da OSP, assinala, é “contribuir para uma moralizaçã­o e transparên­cia do sindicalis­mo na PSP”. Dá como exemplo a orientação que deu aos seus dirigentes “para que só em situações muito excecionai­s”utilizem os créditos sindicais em dias feriados e aos fins de semana. “Vamos apertar a malha de controlo de utilização dos créditos. As pessoas têm de ter consciênci­a de que para estarem na OSP tem de ser por amor à camisola do sindicalis­mo e não para terem folgas”, afiança.

O presidente da OSP recusa ainda a ideia “de que é só por causa das folgas sindicais que há falta de efetivo” e desafia a direção nacional a revelar “as folgas que é obrigada a conceder aos polícias para compensar as horas extraordin­árias que não paga. Talvez sejam muito mais”.

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