Um penálti já nos descontos mantém o Benfica líder isolado
No tempo extra, o reaparecido Salvio caiu na área e o mexicano Raúl Jiménez não tremeu e de penálti fez o golo da vitória. Campeão já sabe que recebe o FC Porto no topo da classificação
O Benfica passou ontem em Setúbal, ganhando com um muito generoso penálti nos descontos (2-1) num jogo em que até fez pouco para ganhar. O árbitro Luís Godinho foi assim a figura do jogo, ele e Jiménez, autor dos dois golos que deram a volta ao resultado, já que o Vitória se adiantara cedo no marcador. A equipa da Luz segue assim na frente da I Liga e recebe o FC Porto como líder .
A noite começou mal para o campeão, já que Jonas sentiu dores nas costas no aquecimento e desapareceu do boletim de jogo, aparecendo Jiménez no seu lugar. O mexicano acabou por ser muito importante, mas o Benfica conseguiu vencer fazendo pouco para isso.
A primeira incidência do jogo – se descontarmos a lesão de Jonas no aquecimento – foi o golo de Costinha: jogada de bola corrida, Nuno Pinto cruzou largo da esquerda e remate de primeira do médio sadino a bater Varela. Uma finalização difícil, de primeira, mas bem executada. Foi ao terceiro minuto e o 4x4x2 que José Couceiro desenhara dava lucro, porque o Vitória meteu os dois pontas-de-lança e ainda Costinha na área. Só que não se voltaria a ver isso tão cedo na área do Benfica.
Demorou a entrar no jogo a equipa de Rui Vitória, mas a tempo de empatar cedo. A asa esquerda, com Cervi e Zivkovic (Grimaldo menos), começou a entender-se bem mas foi do outro lado, de Rafa, que surgiu o cruzamento que permitiu o empate fácil a Raúl Jiménez pela hesitação de Nuno Reis e do guarda-redes Cristiano. Sozinho ao segundo poste, o mexicano não podia falhar e empurrou com a perna esquerda para o empate. Não era a primeira oportunidade do Benfica, que conseguia elaborar bem o jogo apesar da falta de Jonas e, depois de uns primeiros 15 minutos nada esclarecidos, mostrou um bom momento coletivo com soluções e esquemas bem estudados. Não enchia o olho, mas os princípios de jogo eram respeitados, o que permitia dominar os acontecimentos e impor a sua vontade, embora sem se adiantar no marcador.
E seria difícil ao Vitória manter-se no jogo sem conseguir atacar mais e criar alguma instabilidade mais na defesa dos campeões. Pois esteve perto do segundo golo num lance de Nuno Pinto pela direita, que deu a Edinho em frente à bali- za mas o homem que tinha feito quatro golos na jornada passada falhou desta feita. Logo a seguir, André Pereira a entrar pela direita e na zona frontal a sacar um remate que passou perto do poste e depois Wallyson perdeu a terceira chance em cinco minutos, tentando um chapéu quando se pedia era algo mais simples. Três grandes oportunidades perdidas.
Ultrapassara-se a hora de jogo e o Benfica voltara a não entrar bem, abria espaços com facilidade. Rui Vitória socorreu-se do plano B, saindo Rafa e entrando Seferovic. Nesta altura a equipa já nem sequer dominava o jogo e a defesa abria brechas. O Vitória estava mais perto do segundo golo.
Dois pontas-de-lança não tinham mudado o jogo, pelo que Salvio rendeu Grimaldo, apostando tudo em levar o jogo para a área sadina. Conseguiu-o e Jiménez teve uma bicicleta que Cristiano segurou, e a seguir foi Salvio que chutou por cima. Jardel fez golo mas em fora de jogo quando o central já era avançado. Couceiro tinha respondido fazendo entrar defesas, passando a jogar muito atrás. E chegou o penálti salvador, de Luiz Felipe acabado de entrar, sobre Salvio, que é muito, muito generoso, porque foi premiado o argentino que depois de um ligeiro toque com as mãos do defesa se atirou para o chão ao ver que não chegava à bola. Má decisão de Luís Godinho, Jiménez foi certeiro e bateu Cristiano.