Ex-guarda-redes do Benfica ensina os mais jovens no Canadá
Antigo guardião é coordenador da formação de guarda-redes na Federação Canadiana há cinco anos. Grave lesão nos primeiros dias de águia ao peito prejudicou-o na Luz
DAVID PEREIRA Nuno Santos sente que contribuiu para a evolução dos guarda-redes no Canadá. Na foto mais em baixo ao lado de Vale e Azevedo, no dia da sua apresentação no Benfica deixar de jogar, e eu disse-lhe que não sabia mas que queria ficar ligado ao futebol. Então, ele disse-me para pensar em ser treinador de guarda-redes e começar a documentar-me. Hoje, sinto-me muito satisfeito e realizado”, salientou. Três sonhos concretizados Para trás fica uma carreira de mais de duas décadas, na qual conseguiu concretizar três sonhos. “Gosto de recordar a minha estreia pelo V. Setúbal. Foi o realizar de um sonho”, começou por contar o antigo guarda-redes formado no emblema sadino, pelo qual se estreou na equipa principal no dia do seu 24.º aniversário, ao substituir Cândido ao minuto 7 numa derrota caseira com o Estrela da Amadora (1-2).
“Depois, consegui jogar em Inglaterra, e logo no Leeds United, que era um dos clubes mais importantes da Premier League na altura”, continuou, a propósito da transferência para Ellan Road no verão de 1998. “O treinador George Graham deslocou-se ao Bonfim para ver um jogo entre o V. Setúbal e o Boavista [2-2, em maio de 1997], com o intuito de levar o Jimmy Floyd Hasselbaink e o Nuno Gomes para o Leeds. O Nuno Gomes já estava acertado para o Benfica, mas acabou por levar o Jimmy e o Bruno Ribeiro, de quem gostou bastante. Eu fiquei referenciado e fui para lá um ano depois, depois de o Bruno Ribeiro ter indicado o meu nome numa fase em que o Leeds precisava de um guarda-redes”, recordou, com saudades de ver o clube na Premier League.
No ano seguinte, mais um sonho cumprido, “jogar pelo Benfica”, embora os quatro anos que passou de águia ao peito tenham ficado marcados por uma grave lesão poucos dias depois de ter chegado à Luz. “Sofri uma rutura na junção do braço com o tronco. Foi a grande mágoa da minha carreira, porque os objetivos a que me propus foram alcançados”, confidenciou. Entre empréstimos ao Badajoz, Santa Clara e Beira-Mar, Nuno Santos conseguiu jogar por duas vezes pelo clube encarnado, ambas para a Taça de Portugal e no antigo estádio. O primeiro, em 1999 e com Jupp Heynckes ao leme, culminou num triunfo pela margem mínima sobre o Torres Novas. O segundo, três anos depois, resultou numa das mais inesperadas derrotas na centenária história do Benfica, diante do Gondomar.
O Gondomar foi precisamente um dos clubes que veio a representar até ao final da carreira, depois de regressos ao V. Setúbal e ao Santa Clara e a uma incursão pelo futebol da América do Norte, nos norte-americanos do Rochester Rhinos e nos canadianos do Toronto FC. Depois, defendeu a baliza do Arouca e pendurou as luvas no Chipre, em 2012, ao serviço do Ethnikos Assias.