Diário de Notícias

As duas explosões terão sido da autoria dos irmãos chechenos Dzhokhar e Tamerian Tsarnaev, através de bombas feitas de panelas de pressão. Uma criança de 8 anos morreu

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Historicam­ente associada a casos de superação, a Maratona de Boston foi palco de um ataque terrorista que tirou a vida a três pessoas – entre as quais uma criança de 8 anos – e feriu mais de 200, a 15 de abril de 2013.

Os vencedores já tinham cortado a meta, mas milhares de amadores ainda sonhavam com esse momento. O relógio da corrida na reta da meta exibia 4:09:30, às 14.50 locais, quando ocorreu a primeira explosão, seguinda de uma outra, instantes depois, a cerca de metros.

Os dois bombardeam­entos, soube-se a partir do chefe da polícia de Boston, Edward F. Davis, foram provocados por “engenhos poderosos”. Os dias seguintes trouxeram mais detalhes, através do FBI: as bombas eram feitas de panelas de pressão, cheias de fragmentos de metal, pregos e rolamentos, e colocadas no interior de mochilas pretas.

“Sabemos que alguém pôs as bombas, sabemos, obviamente, que causaram danos graves. Não sabemos quem o fez. Não sabemos se é um atentado de uma organizaçã­o, de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos. Não temos qualquer ideia do motivo. Tudo o resto é, de momento, especulaçã­o.” Foi assim que reagiu o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante uma declaração à imprensa na Casa Branca, sem direito a perguntas.

Dias depois, foram identifica­dos pelo FBI os presumívei­s autores do ataque, os irmãos chechenos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev. Tamerlan acabou por morrer quatro dias depois, enquanto era perseguido por forças de segurança na cidade deWatertow­n, perto de Boston. Dzhokhar ainda disparou contra a equipa do FBI, mas foi detido mais tarde, ferido, tendo-se concluído através dos interrogat­órios que os manos atuaram sozinhos, por motivos religiosos e por repúdio às guerras que os Estados Unidos travaram no Iraque e no Afeganistã­o. A detenção foi celebrada pelos norte-americanos.

“Eles falharam porque o povo de

Duas explosões ocorreram junto à reta da meta, separadas por poucos instantes e por 50 a 100 metros Boston recusou ser intimidado”, afirmou Barack Obama, aplaudindo a reação da população. “Esta noite, a nossa comunidade está de novo a salvo destes dois homens”, escreveu a família da vítima de 8 anos, Martin Richard, numa declaração divulgada à imprensa.

Entretanto, Dzhokhar Tsarnaev foi condenado a pena de morte a 15 de maio de 2015, mas o processo está ainda em fase de recurso, motivo pelo qual Dzhokhar permanece preso numa unidade penitenciá­ria. Africanos dominaram Quase duas horas antes dos atentados, foram conhecidos os vencedores da 117.ª Maratona de Boston. O etíope Lelisa Desisa Benti foi o primeiro homem a cortar a meta, percorrend­o os cerca de 42,2 quilómetro­s em duas horas, 10 minutos e 22 segundos. Rita Jeptoo, do Quénia, foi a mulher mais rápida: duas horas, 26 minutos e 25 segundos.

A portuguesa Ana Dulce Félix foi nona classifica­da entre as senhoras, tendo completado a prova em duas horas, 30 minutos e cinco segundos. Cortar a meta um mês depois Mais de um mês depois da Maratona de Boston, foram muitos os atletas que regressara­m às ruas da cidade para completar a maratona, a 25 de maio. Correram-se cerca de dois quilómetro­s para finalizar a prova, num momento que ficou marcado pela emoção.

Paralelame­nte, os participan­tes que completara­m pelo menos metade da corrida mas não a terminaram foram automatica­mente inscritos na edição de 2014 daquela que é a maratona anual mais antiga do mundo – começou em 1897 – e considerad­a uma das seis majors.

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