Diário de Notícias

Puigdemont: “Prisão reforçou as minhas convicções”

Ex-líder catalão, que saiu da prisão na sexta-feira na Alemanha, voltou ontem a apelar ao governo espanhol para aceitar negociar

- JOANA DE SOUSA DIAS, Berlim

A introdução foi curta, Carles Puigdemont chegou sorridente, esperava-o uma cadeira e um púlpito de microfones. Depois de vários “dias intensos”, quase duas semanas em que esteve preso no Norte da Alemanha, viajou até Berlim, onde vai ficar a viver “até todo o processo judicial estar resolvido”. E falou ontem aos jornalista­s.

Os planos para os próximos dias são apenas “voltar à normalidad­e” e continuar a dirigir-se “ao povo catalão”, disse. Sabia que corria o risco de ser preso quando decidiu viajar da Finlândia para a Bélgica com uma ordem europeia de detenção, mas garantiu que era a sua “obrigação” explicar à Europa a situação vivida na Catalunha. “Não podia ficar sentado, não podia ficar de braços cruzados” apesar de saber as consequênc­ias. Agora Puigdemont aguarda a decisão do Tribunal Supremo de Schleswig-Holstein, que afastou o delito de rebelião enquanto estuda o pedido de extradição para Espanha pelo crime de peculato.

De laço amarelo na lapela, pelos dirigentes catalães presos, o ex-presidente da Generalita­t foi respondend­o aos jornalista­s em castelhano, catalão e inglês. “A Espanha tem um projeto para a Catalunha? Estamos dispostos a ouvir”, garantiu. O cabeça-de-lista do Junts per Catalunya defendeu que o seu número dois assuma o poder do governo catalão o mais depressa possível, pedindo a Madrid que deixe de “entorpecer” o processo: “Não há nenhuma desculpa, Jordi Sànchez mantém intactos os seus direitos como deputado e deve ser nomeado presidente do governo.”

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Carles Puigdemont indicou ontem que vai ficar a viver em Berlim por enquanto

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